As goleadas sobre Atlético Mineiro e Flamengo, nas duas últimas rodadas do Brasileirão, não são fruto apenas do trabalho dos jogadores e da comissão técnica comandada por Muricy Ramalho. A reação do São Paulo também está vinculada ao presidente do clube, Juvenal Juvêncio.
Quando o elenco estava abatido e parecia não ter forças para se reerguer depois da eliminação nas quartas-de-final da Libertadores diante do Fluminense, o presidente "entrou em campo". No momento de instabilidade, Juvenal Juvêncio foi ao treino do time, manifestou seu apoio. Aí, depois disso, vieram duas vitórias consecutivas.
"Fiz mais do que ir ao treino", contou o presidente são-paulino, ao ser questionado sobre a recuperação da equipe justamente depois da sua visita ao CT. Como se fosse um general, Juvenal Juvêncio reuniu as tropas. Fez uma longa reunião a portas fechadas com os jogadores. Cobrou, é claro. Mas, principalmente, tratou de deixar claro que confia no elenco.
"Ele disse que éramos fortes, que iríamos sair dessa situação, que iríamos reagir", revelou o volante Zé Luís, ao comentar sobre a reunião com o presidente. "O Juvenal não fala muito, cumprimenta, normal. Mas quando fala, cobra muito forte. Não adianta ser repetitivo, o jogador não escuta Ele aparece sempre no momento certo".
Além da conversa interna, Juvenal Juvêncio não perde uma chance pública de enaltecer o grupo são-paulino. Sabe o quanto isso é fundamental. "Perdemos aqui, perdemos acolá, mas somos competitivos. Nossa base é competente, sólida. Nunca prometo título. Mas pode ter certeza que vamos brigar novamente. A má fase já passou", avisou o presidente.
Outro ponto importante para os jogadores foi manter Muricy no cargo. Após momentos de turbulência, o técnico retomou as rédeas, conseguindo uma resposta positiva do elenco. "Ele é um profissional sério, gosta do clube, gosta de trabalhar, aplicado, por que demiti-lo?", questionou Juvenal Juvêncio. "Eu sou guiado pela razão, não pela emoção. Em nenhum momento, pensei na saída dele".
O presidente disse ainda que vai tentar manter os principais jogadores do atual elenco quando o mercado europeu reabrir, em julho. E trata apenas como maldade as notícias de que o São Paulo recebeu propostas por Hernanes, Richarlyson, Miranda e Alex Silva. "Essa informação de que estamos vendendo alguns jogadores não procede, é invenção", garantiu.
Por outro lado, Juvenal Juvêncio não deu muita esperança aos torcedores em relação aos reforços. "Não está fácil. Falo isso com segurança. Sabemos o que queremos e sabemos o que não queremos. Temos interesse, mas não falo em nomes", explicou o presidente são-paulino.