Raça uruguaia na zaga alviverde

Se o Coritiba precisava da garra latina para se dar bem na Libertadores, o primeiro passo foi dado ontem, com a contratação do zagueiro Antonio Adolfo Esmerode Dominguez, de 28 anos, que estava no Bella Vista. Ligado ao empresário Juan Figger, o jogador é o quarto reforço do Cori para a temporada, depois de Capixaba, Luiz Mário e Rodrigo Batatinha. Apesar de ser experiente e ‘gringo’, “Galego” (como gosta de ser chamado) nunca jogou uma Libertadores.

Isso porque ele sempre esteve em equipes medianas do Uruguai. “Eu não tenho experiência em Libertadores”, confessa. Na seleção, participou de uma excursão pela Ásia em 2000. Seu primeiro clube foi o Central Español, que é gerido por Figger. Esmerode ficou por lá de 1997 a 2002, quando foi emprestado ao Bella Vista. “Nesta última temporada, ele foi bem, até marcando gols”, conta o técnico Antônio Lopes.

Esta, segundo Galego, é a sua característica mais importante. “Eu tenho um bom cabeceio, e faço gols”, comenta. Além disso, segundo o treinador alviverde, ele é um zagueiro de imposição física (Esmerode tem 1,85 m). “É um jogador que nós estávamos precisando, porque é experiente, tem liderança e pelo que vimos é um jogador bastante técnico”, elogia, corroborado pelo coordenador técnico Sérgio Ramirez, que foi atrás de informações no Uruguai.

A negociação foi rápida, até porque, como dizem alguns diretores do Cori, Esmerode é o primeiro jogador do “projeto Figger”. “Eu fui pego de surpresa. Estava em casa e, quando vi, já estava atrás de passagem para vir ao Brasil”, revela. O acerto teria sido feito pelo próprio empresário, ou “apoderado”, como se diz em espanhol. “Estou muito contente com a possibilidade de jogar aqui, onde se pratica o melhor futebol do mundo”, elogia.

Para o zagueiro, há um fator que o aproxima ainda mais do Brasil – ele é casado com uma paulistana, que fez uma rápida ‘campanha’ para ele jogar no Coxa. “Ela falou, e depois os pais dela confirmaram, que Curitiba é a cidade mais linda do país, com menos violência. Isso me deu mais vontade de jogar aqui”, afirma, animado.

De Beltrão

A Copa Sesquicentenário foi boa para o meia-esquerda Éder, de 22 anos, que deixou o Beltrão para se integrar ao elenco alviverde. “É uma chance e tanto. Eu tenho que aproveitar da melhor forma possível”, comenta o jogador, que assinou contrato de um ano. Ele jogou longo tempo no Avaí e depois passou por equipes menores do futebol catarinense até chegar ao sudoeste do Paraná. “Não o conheço, mas as recomendações dele são as melhores possíveis”, diz Antônio Lopes.

Ex-atleticano pode reforçar Coritiba na Libertadores

As contratações no Coritiba não param. Ontem o meia Alex Oliveira, que estava no Fluminense e já passou pelo Atlético Paranaense nos anos 90, confirmou que mantém negociação com a diretoria coxa-branca. “Ainda não está certo, mas há um bom entendimento. Acredito que até sexta-feira a situação se resolva”, garantiu o atleta.

Segundo Alex, alguns detalhes ainda estão sendo debatidos e ele ainda precisa acertar a parte financeira de sua rescisão com o Fluminense. Independente disso, o jogador se mostrou bastante empolgado para defender o Coritiba, especialmente em função da disputa da Copa Libertadores da América. “O planejamento da diretoria coritibana me deixa animado. O projeto do clube para 2004 é muito bom e certamente qualquer jogador gostaria de fazer parte.”

O fato de defender o arqui-rival de seu antigo clube – ele passou pelo rubro-negro paranaense em 97 e 98 – não o incomoda. “Fui campeão pelo Atlético e tive bons momentos em Curitiba. Mas já faz tempo. Além disso, o atleta profissional está acostumado a enfrentar clubes que já defendeu. Não há problemas”, garante.

Outro aspecto que ele assegura estar superado foi o incidente ocorrido entre ele e o volante Roberto Brum, que defende o Coxa desde o ano passado. Em uma das partidas entre Flu e Coxa, pelo Brasileirão de 2003, Brum deu uma entrada dura em Alex, que o tirou dos gramados por dois meses. “Na época fiquei muito chateado, porque fiquei muito tempo parado por causa de uma jogada dura. Mas já conversamos sobre o assunto, inclusive essa semana e não existe mágoa. Estou pronto para, junto com ele, fazer um bom trabalho pelo Coritiba. Resta apenas o acerto ser efetivado.”

Do lado alviverde, poucas palavras. “Não vou falar sobre esse assunto”, disse o coordenador técnico Sérgio Ramirez. Quando perguntado sobre outros nomes, o técnico Antônio Lopes voltou ao seu estilo. “Só vamos falar sobre jogadores no momento em que eles forem contratados”, afirmou. O zagueiro César, companheiro de Alex no Fluminense, também teve seu nome comentado nos bastidores. Mas a diretoria coxa-branca foi veemente ao negar o possível acerto com o beque.

Esperando

O presidente Giovani Gionédis confirmou ontem a proposta ao meio-campo Ramón, que está sem clube. “Eu falei com ele duas vezes e a pedida que foi feita não está fora do nosso planejamento financeiro”, comentou. A única pendência é o interesse do futebol coreano, mas o jogador prometeu dar resposta ao Cori até a próxima terça. Além dele, Paulo Baier segue interessando, já que o lateral garantiu ter como sair do Criciúma sem precisar de uma compensação financeira.

Gionédis entra para história do Alviverde

A noite de ontem marcou um momento histórico para o Coritiba. Depois de Evangelino da Costa Neves, Giovani Gionédis (foto) é o primeiro presidente a ser reeleito. Ele assumiu o comando do clube no biênio 2004/05 e com ele a nova diretoria executiva, que tem justamente Evangelino como um dos novos ‘cardeais’.

O organograma do clube muda com essa posse – naturalmente já haveria mudança, mesmo que de nome, já que o estatuto do clube obriga a troca de pelo menos três membros a cada eleição. Mas Domingos Moro assumiu ontem a vice-presidência, no lugar de José Augusto Arruda, que fica apenas como um dos nove da cúpula. O lugar de Moro na secretaria é ocupado agora por André da Costa Ribeiro, mas Moro segue sendo o homem da diretoria no futebol.

Mas as atenções estavam voltadas para Neves, que volta ao clube depois de oito anos e meio de ausência – ele renunciou em junho de 1995. Além dos já citados, a diretoria coxa conta com Simão Blinder, Omar Akel, Cléverson Marinho Teixeira e Luís Henrique Barbosa Jorge.

Interesse turco em Marcel

Continua a procura. O centroavante Marcel, que está no Chile disputando o Pré-Olímpico, é o jogador mais assediado do Coritiba, e agora o interesse vem da Turquia. O Fenerbahce já sabe da pedida alviverde, e vem preparado para, caso o negócio ande, pagar três milhões de dólares pela revelação coxa. Espera-se para ainda esta semana a chegada de emissários do clube turco.

Marcel se encaixa com as características do futebol do país – Jardel foi estrela do Galatasaray por duas temporadas, e provocou uma ‘onda’ de contratações de jogadores brasileiros. O interesse pelo centroavante coxa vem muito da necessidade do Fenerbahce em ter um jogador de área – e as boas atuações de Marcel pela seleção olímpica aumentaram a possibilidade de negócio.

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