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Quênia e Etiópia criticam IAAF por retirada dos 5 mil metros da Diamond League

A decisão da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) de retirar a disputa dos 5.000 metros do programa da Diamond League foi recebida com forte resistência da Etiópia e do Quênia, onde um campeão mundial acusou a entidade de tentar “matar provas de longa distância”.

A Federação Etíope de Atletismo escreveu para o presidente da IAAF, Sebastian Coe, pedindo ao órgão para reconsiderar a mudança, que entra em vigor a partir do próximo ano e foi parte de uma revisão maior do evento.

A Federação de Atletismo do Quênia disse que também vai argumentar para que os 5 mil sejam restaurados na programação e pedirá às nações africanas que se unissem em oposição à decisão da IAAF em uma reunião da confederação continental.

A IAAF anunciou esta semana um plano para renovar a Diamond League a partir de 2020, reduzindo a série para 12 eventos e um final. Agora, haverá 24 provas em cada encontro, sendo 12 para homens e 12 para mulheres. Os 5 mil metros foram uma das provas cortadas, deixando os 3.000m como a disputa mais longa no evento – os 10.000m já haviam sido descartados previamente.

“Eles querem matar as provas de longa distância”, disse o queniano Moses Tanui, duas vezes campeão mundial nos 10 mil metros. “Eu acho que (a razão) é o domínio de nossos atletas em longas distâncias.”

A oposição da Etiópia veio em uma carta da presidente interina da federação, Derartu Tulu, também bicampeã mundial dos 10 mil metros. “Discordamos totalmente das decisões tomadas. Não é justo para países como o nosso que são muito competitivos em corrida de longa distância, e essas distâncias são os nossos esportes culturais e também nossa identidade”, escreveu.

A Diamond League é a principal competição de atletismo fora o Mundial e a Olimpíada. Mas seu formato passou por revisão em uma tentativa de entregar um produto que seja mais agradável aos telespectadores e mais envolvente para os torcedores.

As federações etíope e queniana também reclamaram da falta de consulta a eles e a seus atletas antes do anúncio da IAAF. O presidente da entidade queniana, Jackson Tuwei, disse que a Diamond League deu aos fundistas do país uma oportunidade preciosa de ganhar a vida com as premiações em dinheiro, bem como ajudar na preparação para eventos maiores.

“Essa chance foi cortada e, portanto, estamos apelando à IAAF para que reconsidere essa posição”, disse Tuwei, em entrevista ao jornal queniano Daily Nation. “Você não pode fazer mudanças tão drásticas sem informar os membros na hora de fazer ajustes”, afirmou.

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