Só pra inglês ver

Punição imposta à torcida pelo MP-PR parece piada

Principal facção organizada do Atlético, a torcida Os Fanáticos, não contestou a punição imposta pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), que determinou o afastamento da organizada pelos próximos seis meses dos estádios. Mas diferentemente do que se esperava, a medida pouco afetará para a melhoria da segurança dos jogos do Furacão neste período, já que os membros da torcida, que no domingo passado se envolveram em um confronto com torcedores do Vasco, na Arena Joinville, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, não estão proibidos de frequentar as partidas do time atleticano.

Até mesmo o promotor de justiça de Defesa do Consumidor, Maximiliano Deliberador, autor do pedido de afastamento da facção organizada atleticana dos estádios, tem a ciência que a punição pouco contribuirá com a segurança nos jogos do Atlético. “O afastamento dos torcedores que se envolveram nas brigas é praticamente impossível, pois não há o cadastramento dos torcedores. Essa medida serve para acalmar os ânimos da Fanáticos e de outras torcidas, para que possam perceber que para todos os atos existem as consequências”, disse o promotor.

Assim, nos próximos seis meses, a organizada não poderá entrar em qualquer estádio do Brasil com uniformes, faixas, bandeiras e baterias. O ex-vereador Julião Sobota, que vai reassumir a presidência da torcida a partir de janeiro, garantiu que os integrantes da Fanáticos não deixarão de ir aos jogos do Atlético e de se concentrar no centro da reta do relógio da Vila Capanema, que é o local onde a facção organizada geralmente ficava nas partidas do clube. “Estamos abraçando a punição e nosso trabalho como torcida vai continuar em prol do Atlético. Estaremos lá cantando pelo clube”, afirmou.

Sobota disse ainda que enquanto os torcedores que se envolvem em confusões nos estádios não forem rigorosamente punidos, a violência no futebol brasileiro não deverá ter fim. Nos próximos seis meses, o ex-vereador garantiu que a organizada fará um trabalho de conscientização junto aos membros para que não haja mais incidentes envolvendo a torcida.

“Se as autoridades não punirem as pessoas, as cenas vão se repetir no Paranaense, no Brasileiro, na Libertadores. O que é preciso e que estamos pedindo há mais de dez anos, é que esses torcedores identificados fiquem registrados em algum lugar. Um dia o indivíduo vai precisar fazer um concurso, um documento e o nome dele será barrado. Ou que essa pessoa fique detida no momento dos jogos. Então, o que falta realmente é punição”, acrescentou.