Público usa máscara de Suárez contra Fifa no Maracanã

A Fifa baniu Luis Suárez da Copa do Mundo e o impediu de entrar em estádios por quatro meses. Mas neste sábado, no Maracanã, não era apenas um Suárez que estava nas arquibancadas. A torcida uruguaia levou ao estádio centenas de máscaras com o rosto do jogador, além dezenas de cartazes fazendo referência ao atacante. Suárez foi suspenso depois que mordeu o zagueiro italiano Chiellini. Sua sanção abriu um debate dentro e fora da Fifa.

Na partida contra a Colômbia, a torcida fez questão de protestar. Com as máscaras, os uruguaios gritavam. “Fifa, estamos aqui”, entoavam. Cartazes ainda diziam “Eu sou Luis Suárez”. Momentos antes do jogo começar, o estádio ainda foi tomado por um grito de “Olé, olé, olé, Suárez, Suárez”.

“Hoje mordemos todos”, dizia um cartaz. O outro ainda ironizava. “Somos três milhões de vampiros”, em uma referência à população uruguaia. Para a médica Cristina Sanchez, de Montevidéu, a atitude era uma “resposta a uma injustiça”. “A Fifa só faz isso porque o Uruguai é um país pequeno”, declarou,

com a máscara do jogador colocada.

Antes da partida, Suárez pediu que todos os uruguaios apoiassem a Celeste no jogo contra a Colômbia no Maracanã. “Escrevo esta mensagem para agradecer a todos pelo apoio e carinho que estou recebendo”, disse. “Tanto eu como minha família agradecemos muito. Muito obrigado por estar ao meu lado e quero que todos hoje (sábado) apoiemos meus companheiros de seleção para o jogo contra a Colômbia”, completou.

Documentos confidenciais da Fifa obtidos pela reportagem revelam que a entidade decidiu aplicar uma punição inédita sobre o uruguaio Luis Suárez por ele não ter mostrado arrependimento pela mordida. Outro fator que pesou foi a constatação de que as duas punições já adotadas contra o jogador no passado não surtiram efeito. A intenção, segundo os informes secretos, era de que a nova sanção fosse “dissuasiva”. A Fifa, porém, rejeitou as provas apresentadas pelo Uruguai.