O Campeonato Brasileiro começou e com ele as já tradicionais projeções matemáticas. Na primeira edição do nacional com 20 clubes e pontos corridos, as contas sofreram reformulações em relação aos anos anteriores. E novos números mágicos surgem: 76 pontos (título), 68 (Libertadores ou acesso à Série A) e 49 (fuga do rebaixamento).
De acordo com o matemático gaúcho Tristão Garcia, que mantém o site Infobola, uma média de dois pontos por jogo dá ao clube grandes chances de sonhar com o título brasileiro. Para quem busca outros objetivos, ele sugere uma meta para o primeiro turno: alcançar os 30 pontos. ?Assim, se a equipe forçar o ritmo e fizer dois pontos por jogo na segunda metade do campeonato, chega à Libertadores. Ou pode administrar, somando só um ponto por partida para escapar da degola?, contabiliza o matemático. O mesmo cálculo para obter vaga no torneio continental (uma das quatro primeiras colocações) vale para o acesso à Série A.
As somas sugeridas por Tristão são de nível de confiança de 99% – ou seja, quem atingir as pontuações citadas no primeiro parágrafo só tem uma chance em 100 de não alcançar os respectivos objetivos. Mas pode-se obter sucesso com aproveitamento mais baixo. De acordo com o sítio Chance de Gol, do estatístico Marcelo Leme de Arruda, quem somar 66 pontos tem 51% de possibilidade de conquistar o título nacional.
Já a ?zona de risco? para o rebaixamento é 45 pontos, onde há também 51% de chance de queda.
Uma comparação pode ser feita com as principais ligas européias com 20 clubes. O Barcelona foi campeão espanhol na temporada 2004-2005 com 84 pontos; o quarto colocado, que no Brasil valeria uma vaga na pré-Libertadores, foi o Betis (62); e o 16.º, logo acima dos quatro últimos, foi o Racing Santander (44).
Na Inglaterra, o Chelsea levou o título na temporada passada com 95 pontos; o Everton ficou em quarto lugar, com 61; e o 16.º foi o Portsmouth (39). Já o último scudetto italiano ficou com a Juventus, com 86 pontos; a Udinese, quarta colocada, somou 62, e a Fiorentina escapou da degola com 42.
Mas vale uma ressalva: nos maiores torneios europeus,a distância entre grandes e pequenos é muito maior. Ou seja, no Brasileirão, o campeão tende a fazer menos pontos, e para livrar-se da degola é precisoaproveitamento melhor.