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Problemas no Itaquerão atrapalham venda dos ‘naming rights’ da arena corintiana

A novela de venda dos “naming rights” do Itaquerão, a Arena Corinthians, parece não ter fim. Por várias vezes o estádio já esteve perto de ser batizado, segundo os dirigentes, mas muitos problemas atrapalham a comercialização. Da concepção original à realidade existe uma diferença de 30%, segundo Luis Paulo Rosenberg, ex-vice de marketing do Corinthians e um dos idealizadores do estádio.

“Da elaboração do projeto até a construção, a economia brasileira afundou nos últimos três anos. A segunda coisa tem a ver com acabamento. Quem vai à arena se deslumbra com a imponência e o trabalho feito, mas quem participou do projeto sabe que ficou devendo 30%”, disse.

Uma auditoria externa está sendo feita para levantar todos os itens do projeto e o que não foi realizado pela Odebrecht. Relatórios do CDC Arquitetos, contratado pelo Corinthians para acompanhamento do projeto e obra, já apontaram problemas na construção e omissão de alguns acabamentos e trechos de obra no estádio. Isso tem provocado infiltração em paredes e tetos e já houve até a queda do teto no prédio Oeste.

O Corinthians não tem conseguido vender os espaços nobres do estádio nem os “naming rights”. Toda a renda da arena está vindo da bilheteria. Mas, com o público diminuindo, a arrecadação também caiu. “Se não tivermos um padrão alto de qualidade, fica difícil vender os camarotes. A gente precisava dinamizar tudo isso e os ‘naming rights’ viria naturalmente”, complementou Rosenberg.

Além disso, o clube também não vendeu os CIDs (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento) emitidos pela Prefeitura, avaliados em cerca de R$ 450 milhões. Para piorar, a Odebrecht emprestou R$ 350 milhões da Caixa, que patrocina o clube e outros 17, para cobrir rombo nas contas da arena.

Já o CDC Arquitetos cobra do Corinthians cerca de R$ 7 milhões – com juros e honorários o valor pode chegar a R$ 11 milhões. “Nós fizemos um mútuo no valor da última parcela, registrado em cartório, para vencimento até julho de 2015. Após isso, fizemos várias tentativas para receber e o Corinthians nos autorizou a cobrar o título. Continuamos trabalhando da mesma maneira e afinco e prestando assistência até julgarmos que a obra esteja concluída”, disse o arquiteto Aníbal Coutinho, reiterando que tem vínculo apenas com o Corinthians.

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