Preto de verdade, branco de mentira

O livro “Corinthians – é preto no branco”, escrito a quatro mãos pelo publicitário Wa-shington Olivetto e pelo jornalista Nirlando Beirão, teve ontem em Curitiba seu quarto lançamento no Brasil. Depois da festa inicial, realizada em setembro passado, na Fenac de São Paulo – reunindo 2.900 pessoas -, a edição teve ainda mais duas noites de autógrafos (uma no Rio e outra em Belo Horizonte).

Ontem, em Curitiba, o sucesso se repetiu para o público paranaense. Muito concorrido, o evento aconteceu na loja Copoani Uomo (Comendador Araújo, 906), onde à tarde Washington Olivetto, conversou com a Tribuna.

Empolgado em relação ao sucesso editorial da obra, Washington confirma que ela foi escrita “em tom apaixonado”. Para ele, isso foi fundamental, para que o livro permanecesse durante 12 semanas no topo da lista dos mais vendidos. E mais. Mesmo sendo lançado apenas em setembro, encerrou 2002 entre os dez livros mais vendidos do mercado editorial brasileiro.

Para fugir da batida receita de fazer um livro histórico, caindo na armadilha de “produzir um grande jornal de ontem”, Olivetto sugeriu a Beirão – que de pronto aceitou -, as linhas gerais da narrativa: um corintiano leva um amigo americano a uma partida de seu time do coração e o visitante se contagia, transformando-se num apaixonado pelo Corinthians.

Partindo daí, Beirão e Olivetto passaram quatro meses trocando e-mails. “Cada um escrevia uma parte e mandava ao outro. O que estava melhor, era colocado na íntegra, ou com um ajuste aqui e outro ali. Sem melindres ou estrelismo, entrava o melhor texto”, revelou Washington.

Contando a história do time do coração a um estrangeiro – que não tem conhecimento sequer do que é futebol – a obra foi toda feita em primeira pessoa e abusando dos exageros característicos de um torcedor fanático. O narrador é Washington e o seu “partner? é o publicitário norte-americano Edward McCabe.

A escolha do título se referencia justamente a este argumento. Enquanto nas páginas brancas são contadas as “estórias de paixão”, recheadas de exageros, as pretas são referências à realidade dos fatos.

Este mix de mentira e realidade funde-se, tendo como pano de fundo música, literatura, cultura e história. “Tudo conspirou para o sucesso da obra. Desde o tema central até a forma livre e descolada de como foi redigido”, pondera Washington, lembrando para isso uma frase de como Caetano Veloso definiu o fervor que seu livro conquistou: uma “força estranha” que transforma certas “peças” num sucesso.

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