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Pressionado, GP do Brasil inicia negociações neste ano para renovar contrato

A temporada 2019 será de negociações para o GP do Brasil de Fórmula 1. Pressionada, a etapa brasileira tentará se fortalecer no circuito ao buscar um novo acordo com os donos da categoria, os norte-americanos do grupo Liberty Media. O contrato atual com a cidade de São Paulo se encerrará em 2020 e os promotores do GP esperam que um novo acerto seja iniciado e até concretizado ainda neste ano.

A negociação é decisiva porque os novos proprietários da F-1 já avisaram que não se apegam às tradições da categoria para definir o futuro calendário do campeonato. Em outras palavras, o business terá maior importância do que o peso histórico das etapas, o que pode remover do campeonato corridas importantes, como a de Silverstone, cujo contrato termina neste ano.

No fim de 2018, o atual chefão da F-1, Chase Carey, afirmou que havia herdado de Bernie Ecclestone contratos “pouco atrativos”, que poderiam não ser renovados futuramente. “Precisamos estar focados em maximizar o valor dos nossos eventos e deixar isso claro aos promotores destas corridas”, afirmou. Esta busca ajuda a explicar, por exemplo, a futura entrada do Vietnã, país sem tradição no automobilismo, no calendário de 2020.

Neste cenário, o GP brasileiro corre riscos por não pagar uma taxa de promoção cobrada de praticamente todas as etapas. Esse valor alcançaria cerca de R$ 100 milhões, que eram “perdoados” por Ecclestone, antigo chefão da categoria, que tem laços familiares e econômicos com o Brasil.

Os promotores do GP nacional argumentam que a cota elevada de patrocinadores obtida com a prova em São Paulo, no Autódromo de Interlagos, compensa as perdas com a taxa. Ao mesmo tempo, a corrida tem o apoio do prefeito Bruno Covas. No ano passado, ele revelou que as negociações para a renovação do contrato teriam início ao longo da temporada 2019.

Nesta busca, a Prefeitura de São Paulo ganhou um concorrente. O Rio de Janeiro quer voltar a receber as corridas da F-1 e vê na proximidade do fim do contrato da capital paulista como oportunidade para receber uma nova chance, a partir de 2021. No fim de janeiro, a prefeitura do Rio abriu concorrência pública para erguer um novo autódromo em Deodoro, próximo ao Parque Olímpico, com projeto no valor de quase R$ 700 milhões.

Para tanto, o Rio já conta com o apoio do prefeito Marcelo Crivella e do governador Wilson Witzel, que até tiveram um encontro com Chase Carey em novembro. A cidade recebeu uma corrida da F-1 pela última vez em 1989. Ao todo, foram dez provas disputadas em Jacarepaguá. Desde 1990, a etapa é realizada em Interlagos, em São Paulo.

A favor do interesse das duas cidades está a boa audiência do Brasil na categoria. O País é o maior mercado da F-1 em termos de audiência, com 115,2 milhões de pessoas – o segundo é a China, com 68 milhões. De acordo com a TV Globo, que detém os direitos de transmissão da categoria no Brasil, a transmissão das provas registrou em 2018 média semelhante a do ano anterior. No geral, a F-1 diz que sua audiência global aumentou 10% na temporada passada, alcançando 490,2 milhões de espectadores.

TRANSMISSÃO – Apesar de perder espaço na grade da TV Globo nos últimos anos, a F-1 terá quase todas as suas provas do ano transmitidas pelo canal ao vivo e na íntegra. As exceções serão aquelas que coincidirem com jogos do Brasileirão – não foram informadas quais serão exatamente estas etapas. Neste caso, as corridas entrarão na programação do SporTV, na TV fechada.

Quanto aos treinos classificatórios, que definem o grid de largada, a TV Globo só garantiu a transmissão ao vivo e na íntegra das corridas na Austrália, que abre o campeonato, neste fim de semana, e no Brasil, em novembro. “Nas demais provas, serão apresentados os momentos decisivos da formação do grid. O SporTV transmite estes treinos classificatórios ao vivo e na íntegra”, disse a Comunicação da Globo, em nota ao Estado.

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