Presa quadrilha que duplicava ingressos em Curitiba

No sábado (21), a Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC) descobriu um esquema de duplicação de ingressos para jogos do Campeonato Brasileiro, Libertadores e Eliminatórias. A denúncia partiu do presidente do

Foto: Allan Costa Pinto
Allan Costa Pinto

O presidente Jair Cirino isenta a empresa BWA de culpa no caso.

Coritiba, Jair Cirino dos Santos. A notícia, intitulada ?Operação Casa Cheia?, foi noticiada no programa Fantástico, da TV Globo, neste último domingo (22).

Funcionários da empresa BWA, que fornece a carga de ingressos para os jogos do Coritiba, eram responsáveis pelo esquema. ?Para validar a falsificação eles duplicavam numerações dos lotes de ingressos. Além de lesar os clubes, os torcedores e a sociedade como um todo, colocavam em risco todos os que iam aos estádios já que sempre estavam acima da capacidade normal?, disse o secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.

O Esquema

Segundo Delazari, a DEDC recebeu a denúncia do esquema há cerca de dois meses. Esta denúncia partiu da diretoria do Coritiba, que percebeu que em alguns jogos do clube havia muitos ingressos com a mesma numeração de série.

A empresa BWA, com sede em São Paulo, é responsável pela emissão de ingressos para vários clubes do Brasil. De acordo com o delegado Marcus Vinícius Michelotto, chefe da DEDC, o esquema era muito bem feito e difícil de ser descoberto, pois os ingressos não eram falsificados, mas sim duplicados. ?Constatamos que, quando o jogo era do Coritiba, funcionários desta empresa emitiam bilhetes a mais do que o permitido, para depois repassarem a cambistas. Quando o jogo era fora, eles compravam um ingresso original, mandavam para BWA em Curitiba. Posteriormente eram feitas cópias do ingresso em uma gráfica e o código de barras era validado pela empresa?, afirmou o delegado.

A quadrilha duplicava os bilhetes em uma sede e também usava as dependências do Couto Pereira. Contudo, o presidente do clube, Jair Cirino, afirma que não há ninguém do Coxa envolvido. ?Tenho certeza de que não há nenhum funcionário do Coritiba com alguma participação nisso?, disse. Como a quadrilha teve acesso ao clube, só as investigações policiais irão dizer. ?Agora é com a polícia. Em breve teremos mais esclarecimentos?, complementou. O presidente também isenta a empresa BWA de culpa no caso. ?Eles também não têm nada a ver. O problema é algum funcionário, preposto da empresa que resolveu fazer isso. Nós iremos investigar, mas a princípio vamos manter o contrato que temos com eles?, finalizou.

Os Envolvidos

Ao todo foram cumpridos cinco mandados de prisão e seis de busca e apreensão. Foram presos, em Curitiba, o representante da BWA que repassava os ingressos para o Coritiba, Jurimar César Domakoski, e os funcionários da empresa Thiago Domakoski e Anísio Vanderlei Cardoso. Os três eram os responsáveis pelo esquema de duplicação de ingressos na capital paranaense. No Rio de Janeiro, com a ajuda da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia do Rio, também foram presos Francisco Polito Júnior e Bruno César Polito. Os dois encomendavam ingressos duplicados para venda.

Os envolvidos irão responder por formação de quadrilha e estelionato.

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