Preparador físico coxa-branca quer ver o time “voando”

O novo dono do fôlego do Coritiba em nada lembra os preparadores físicos tradicionais. Alto, magro, negro, ele parece mais um maratonista, mas mostra credenciais para deixar o Alviverde ?voando baixo? na Segundona. Desde 1999 atuando ao lado do técnico René Simões, Glydston (pronuncia-se Glaidston) Ananias tem 37 anos, já jogou futebol universitário nos Estados Unidos, tem mestrado em Educação Física pela Unesp de Rio Claro e é um seguidor de Paulo Paixão, da seleção brasileira. Em entrevista à Tribuna, ele conta que a parceria com o atual treinador do Coritiba começou por acaso, mas já deu grandes frutos.

Tribuna – Qual é a tua análise do preparo do elenco?

Glydston – Nós ainda estamos num processo de coletar informações a respeito do grupo com a nutricionista, com o fisiologista, com os médicos, os fisioterapeutas para que a gente possa fazer um planejamento completo e coerente para os atletas porque nós já estamos numa competição.

Tribuna – Uma das preocupações é com o número de lesões, certo?

Glydston – Sem dúvida. Não é normal, e pelo que foi informado para a gente vem ocorrendo uma série de lesões. Então, o nosso trabalho agora é prevenir para que não ocorram mais lesões porque é um campeonato difícil, longo e precisamos ter todo o elenco apto a desenvolver o trabalho.

Tribuna – Esse é o seu principal foco?

Glydston – A partir daí, condicionar os atletas para que eles cheguem até o final do campeonato em condições ideais para desenvolver o trabalho deles.

Tribuna – Esse planejamento já está pronto?

Glydston – Ainda não, porque ainda estamos colhendo as informações. Têm alguns atletas que chegaram agora, mas sentaremos com toda a comissão técnica e pessoal do departamento médico para que a gente faça um planejamento até o final do campeonato.

Tribuna – Como foi que você começou a trabalhar com o René Simões?

Glydston – O primeiro contato com ele foi há 12 anos, quando voltei dos Estados Unidos e ele estava assumindo a seleção da Jamaica e estava precisando de um preparador físico que falasse inglês. Isso em Rio Claro, onde levou a delegação para um período de preparação e coincidiu de eu estar lá. Fomos apresentados e comecei a trabalhar. Fiz a pré-temporada deles aqui no Brasil e, em 1999, fui convidado para trabalhar com ele na Jamaica. Desde então, trabalhamos na seleção brasileira, na seleção do Catar e estamos juntos.

Tribuna – Qual era a tua experiência no futebol?

Glydston – Fazia Educação Física e joguei nos Estados Unidos, em uma temporada lá. Desde que ingressei na universidade, sempre trabalhei com o futebol, trabalhei em algumas equipes em São Paulo, trabalhei na Coréia do Sul, no Catar e tenho uma boa experiência.

Tribuna – Você acha que teve mais dificuldades na carreira por ser negro e existir em poucos negros na tua área?

Glysdton – Acredito que não. Uma vez que você tenha competência naquilo que você faz, tentando aprimorar aquilo que você faz, acredito que não irá enfrentar problemas, uma vez que o respeito é conquistado.

Joelho esquerdo de Marlos preocupa

O meia Marlos será submetido, hoje, a um exame de ressonância magnética para detectar a gravidade da lesão sentida na partida de sexta-feira do Coritiba contra o Brasiliense. Depois de sentir o joelho esquerdo nos treinamentos, ele fez tratamento, foi para o jogo, mas voltou a sentir o local. Com o resultado, o departamento médico irá avaliar qual será o tratamento e em quanto tempo o jogador poderá voltar a ficar à disposição do técnico René Simões.

Em princípio, não há muita preocupação com a contusão, mas Marlos já vira dúvida para a partida de sábado contra o Ceará, às 16h, no Castelão. Se ele não puder atuar, a tendência é que Pedro Ken assuma a posição, depois de cumprir a suspensão automática. O treinador ainda espera a recuperação dos volantes Túlio e Rodrigo Mancha e do zagueiro Henrique.

Hoje, os jogadores voltam a trabalhar no CT da Graciosa, após dois dias de folga. Pela manhã, eles trabalharão a parte física com o preparador Glydston Ananias, enquanto René assume o comando no período da tarde, quando começa a moldar a equipe para enfrentar os cearenses no confronto que pode valer a liderança da Segundona.

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