Pizzonia afirma que na Williams “é gente”

Hockenheim – Um ano depois de sua demissão da Jaguar, Antonio Pizzonia volta à pista como piloto titular hoje em Hockenheim para a disputa de uma etapa do Mundial de Fórmula 1. O amazonense corre pela Williams no lugar de Marc Gené, que por sua vez substituiu Ralf Schumacher nas duas últimas provas do campeonato, sem bom desempenho. Foi no GP da Alemanha do ano passado que Antonio deixou de correr pela Jaguar, trocado por Justin Wilson.

A chance de correr numa equipe de ponta não tem preço. Mas o piloto não demonstrou nervosismo além do que se poderia esperar de um jovem de 23 anos. “Eu sempre acreditei que voltaria. Estou conquistando um objetivo aqui”, disse.

Para Pizzonia, o clima de “tudo ou nada” de olho numa vaga para 2005 deve ser evitado. “A equipe deixou claro que não está encarando essa corrida assim. Conheço o carro e estou confiante.”

Desde o início da década de 90 que o Brasil não tinha dois pilotos correndo ao mesmo tempo em times grandes na F-1. Naquela época, Senna defendia a McLaren e Piquet estava na Benetton. Agora, há Rubens Barrichello na Ferrari e Pizzonia na Williams. Pizzonia espera que não seja sua única presença em 2004. “Espero correr também na Hungria, mas depende de quando Ralf volta”, falou.

O retorno do caçula dos Schumacher é incerto. A Wil-liams quer que ele faça um teste antes de alinhar num grid. Seu acidente em Indianápolis aconteceu há pouco mais de um mês, em 20 de junho, e os médicos estipularam três meses o prazo para ele se recuperar das fraturas em duas vértebras. O problema é que em agosto os testes estão proibidos na F-1. O alemão, assim, corre o risco de só aparecer de novo nas três últimas etapas do mundial, o que deixaria para Pizzonia a possibilidade de participar de pelo menos quatro GPs.

Se andar bem nas corridas que tiver pela frente, Pizzonia pode sonhar com uma vaga de titular no ano que vem, já que Ralf assinou com a Toyota por três anos. O primeiro piloto do time em 2005 deve ser Mark Webber, com quem Antonio dividiu o teto na Jaguar no ano passado. Não foi uma relação pacífica. “Ele tinha coisas no carro dele que eu não tinha. Na Jaguar, eu era tratado como uma merda. Aqui, me tratam como gente”, desabafou o piloto.

Webber, depois da demissão de Pizzonia, criticou o brasileiro, dizendo que ele não era forte o bastante e que não ajudava a equipe. Por isso a reedição da dupla pode ser complicada.

Os treinos para o GP da Alemanha começam hoje às 6h de Brasília.

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