Pintado aprova defesa, mas ainda busca equilíbrio

O resultado do último sábado manteve o Paraná Clube invicto e com o melhor aproveitamento da Série A, na condição de visitante. Mesmo assim, o resultado não chegou a ser plenamente comemorado. ?O objetivo era a vitória. Mas valeu pelo empenho de todos?, disse o técnico Pintado, que fugiu às suas características ao elogiar individualmente alguns atletas. Citou os nomes do trio de zagueiros e dos dois volantes, responsáveis diretos pelo equilíbrio defensivo do time. O rendimento da equipe foi uma resposta às cobranças, principalmente, internas após os deslizes cometidos frente ao Náutico.

O empate frente ao Corinthians (0 a 0) fechou o ?primeiro ciclo? do Tricolor no Brasileirão. Foram seis rodadas, com quatro jogos fora de casa. Neste período, além de não perder na condição de visitante, o Paraná superou sem traumas a transição no seu comando técnico. Ao que tudo indica, o grupo assimilou as novas diretrizes de trabalho, implementadas por Pintado e Marcelo Martellote. Para o treinador, fica a sensação de que o time ainda pode evoluir. Nas últimas jornadas, o Paraná teve momentos de extrema ofensividade, como frente ao Náutico. Uma postura que permitiu ao adversário reagir e superar a defesa tricolor.

Erro corrigido na última partida, mas que resultou numa queda significativa do poder de fogo. Mesmo assim, o Tricolor perdeu três chances reais de gol. ?Fora de casa, com essa postura, criou uma chance, tem que matar?, analisou Pintado. É esse equilíbrio que ainda falta, na visão do treinador, para o Paraná consolidar sua posição entre os líderes e até buscar um salto rumo à liderança da competição. Mesmo sem ter atingido essa ?perfeição?, o representante paranaense chegou aos 66,67% de aproveitamento fora de casa. A partir dessa semana, o desafio será um pouco diferente.

Nas próximas cinco rodadas, o Paraná joga quatro vezes na Vila Capanema. ?É hora de fazermos do nosso estádio um alçapão. Com a força de nossa torcida?, comentava Vandinho na saída do Morumbi. O Tricolor encara, na seqüência, Sport e Atlético Paranaense, no Durival Britto. Depois, vai a Volta Redonda enfrentar o Fluminense (em estádio praticamente neutro), antes de voltar para casa, onde recebe América-RN e Figueirense. Resultados positivos nessa seqüência quase sem viagens podem deixar o time de Pintado em uma condição invejável para a reta final do primeiro turno. ?Mostramos força nesse início de competição, mas quero mais?, lembrou o treinador.

Zagueiros comemoram solidez defensiva

O bom desempenho do sistema defensivo foi comemorado pelos jogadores do Tricolor. Em especial os zagueiros, que haviam sentido, na semana passada, uma cobrança mais forte pelos quatro gols que o time levou em Recife. ?Era até natural que isso ocorresse. Mas acho que voltamos a encaixar o sistema de marcação e o resultado foi um jogo quase sem riscos?, lembrou o zagueiro Daniel Marques, que chegou a ter sua presença ameaçada no jogo de sábado. Ele superou as dores lombares e por pouco não decidiu a sorte do jogo em favor do Paraná. ?Tive duas chances de cabeça, mas infelizmente errei a pontaria?, disse.

A produção de Daniel Marques, Neguete e Luís Henrique – esse, o melhor do Paraná no último sábado – não surpreendeu o técnico Pintado. Com uma postura coesa, o Tricolor não deu chances para Finazzi (depois, Clodoaldo) e Éverton Santos, os jogadores mais avançados do Corinthians. ?Marcamos em cima, sem dar espaços para eles girarem?, comentou Luís Henrique.

Foi o segundo jogo do Tricolor neste Brasileiro sem sofrer gols. ?Poderia ter sido o terceiro, não fossem os erros da arbitragem diante do São Paulo?, lembrou o técnico Pintado. Essa questão ainda ganha repercussão dentro do clube, principalmente após a aceitação do STJD em relação ao processo movido pelo clube, pedindo a impugnação daquele jogo contra o tricolor paulista. No sábado, os dirigentes não fizeram críticas mais contundentes a Wagner Tardelli Azevedo, mas reclamaram do seu critério (ou da falta dele) na aplicação dos cartões.

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