Picerni põe Palmeiras no ataque

Em 2000, com o técnico Marco Aurélio, o Palmeiras jogava fechado, apenas explorando os contra-ataques. O torcedor não gostava. Em 2001, Celso Roth implantou um esquema forte na marcação, abriu mão do jogo bonito. Em 2002, com Vanderlei Luxemburgo e Levir Culpi, o time não fez nada de bom. Só perdeu. Agora, Jair Picerni promete apostar numa mudança de filosofia, resgatar o “futebol alegre” aquele que o palmeirense estava acostumado a ver em meados dos anos 90.

A diretoria o contratou justamente por saber que é um treinador adepto do estilo ofensivo. “Gosto que o time toque a bola na frente, busque sempre o gol, mas com responsabilidade, é claro”, declarou Picerni. Esse tipo de sistema, se tiver sucesso, seguramente ajudará a trazer o fanático torcedor para o lado da equipe e diminuir a pressão por causa do péssimo desempenho na última temporada.

O Palmeiras, com uma formação ofensiva, disputará hoje a primeira partida em 2003, que marcará a estréia de Picerni no clube. Será às 20h30, contra a Caldense, no estádio Municipal de Pouso Alegre. “Espero que seja o início de uma passagem vitoriosa, quero ficar pelo menos uns dois anos aqui”, afirmou o treinador.

A escalação já dá uma idéia de como jogará o Palmeiras no campeonato paulista e na Copa do Brasil. No meio-de-campo, por exemplo, apenas um volante, Magrão. Adãozinho, Zinho e Pedrinho completarão o setor. Claudecir ficará no banco e entrará no segundo tempo. “É o primeiro jogo, ainda faltam alguns detalhes para melhorar, como a velocidade, mas vamos estar bem para o início do Paulista (a estréia será no dia 26, contra o Mogi Mirim)”, alertou Picerni.

O treinador conseguiu “ganhar” o grupo nesses 10 dias de trabalho em Pouso Alegre. Exige bastante do jogador e treina com mais intensidade que alguns de seus antecessores, conforme dizem os próprios atletas. Pára o coletivo com freqüência para dar instruções e dá ênfase, também, à parte física. “Já vai dar para sentir a diferença de jogar do time. Ultimamente, a equipe vinha atuando muito atrás”, analisou o volante Magrão. “O Jair pede para atacar, atacar e atacar.”

O amistoso diante da Caldense vem atraindo a atenção da população de Pouso Alegre, que tem 130 mil habitantes. Mesmo assim, a organização não espera um público muito maior que 10 mil pagantes. Até porque, o preço do ingresso para um amistoso não é dos mais baratos: R$ 6,00. A ausência do goleiro Marcos, machucado, desanimou um pouco o torcedor – o substituto será Gilvan ou Fernando, pois Sérgio também está contundido. A cidade mineira tem um grande número de palmeirenses, embora a maioria torça para o Flamengo. Corinthians e São Paulo contam com muitos adeptos. Os mineiros Cruzeiro e Atlético aparecem atrás na preferência dos pouso-alegrenses. As lojas de esporte da cidade tiveram aumento considerável na venda de camisas do Palmeiras desde a chegada da delegação.

Índio e Adãozinho estréiam nesta quinta-feira. Everaldo, recém-contratado, fica no banco, pois ainda não está na melhor forma física. O Palmeiras jogará com Gilvan ou Fernando; Neném, Índio, Leonardo e Adalto; Magrão, Adãozinho, Zinho e Pedrinho; Muñoz e Dodô. A Caldense, que está na primeira divisão de Minas, tem como destaque o atacante Alex Rossi, que teve passagem infeliz pelo Corinthians na década passada.

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