Petraglia usa a entrevista como espécie de desabafo

O Atlético está à procura de um novo treinador, o meia Kléberson não fica para o Campeonato Brasileiro, o time terá reforços e alguns jogadores não continuarão no elenco. Alguma novidade? Tudo isso já vinha sendo publicado pela imprensa e, apesar de corresponder à realidade, gerou atrito com os dirigentes. Mas, por fim, foi confirmado ontem pelo presidente Mário Celso Petraglia, em entrevista coletiva após um discurso de 40 minutos.

Em tom de desabafo, relembrou a sua entrada no clube e dos feitos realizados de lá para cá. Das fusões frustradas com Pinheiros, Paraná Clube e até Coritiba, além da planificação que, segundo ele, vem se concretizando à risca (transformar o Rubro-negro em um dos maiores do Brasil, a falência dos campeonatos estaduais e a realização de um campeonato nacional o ano todo). “O futebol caminha para a centralização, o que muitos chamam de elitização”, destacou. Também falou das crises internas pelas quais o Furacão passou e garantiu que o clube não vai parar de crescer e que, em breve, será um dos maiores do país. “Não será por três derrotas seguidas numa mesma competição que o Atlético deixará de crescer. Às vezes você precisa recuar para avançar”, filosofou.

Sobre o que todo mundo queria saber, Petraglia apenas confirmou oficialmente o que todo mundo já sabia e a diretoria relutava em afirmar. “O Kléberson é carta fora do baralho. Não está vendido e não temos proposta oficial, mas ele bebeu água fresca e viu jogadores jogando caixeta a US$ 100, relógios de US$ 30 mil e carrões. Agora vive em outro mundo. Ele quer jogar na Europa e não temos como segurá-lo”, explicou, para elucidar o caso Xaropinho.

Em relação ao técnico, o dirigente revelou que Riva Carli ocupa interinamente o cargo. “O Riva é nosso amigo e já conversamos com ele para que fique no comando até contratarmos um treinador. O Brasileirão será muito difícil e seria cruel da nossa parte deixarmos ele no comando”, afirmou. Em seu lugar, o dirigente procura alguém que tenha a cara do clube e se encaixe na política salarial atual. Para esta competição, Petraglia diz que é preciso reforçar o time, mas ainda depende da venda de Kléberson para reforçar o caixa.

“Mundo em crise” não traz boas propostas

O sonho de ter Kléberson, um atleta pentacampeão, em seu time está descartado no Atlético. O que era “especulado” pela imprensa foi confirmado pelo presidente Mário Celso Petraglia e agora resta ao torcedor rubro-negro esperar para saber apenas onde o ídolo vai jogar. O clube só aguarda a melhor oferta para negociar o meia, que já demonstrou querer migrar para a Europa. Alguns clubes como Villarreal, Barcelona, Lazio e Leverkusen já demonstraram algum interesse em contar com o meia.

“O Kléberson é carta fora do baralho. Não está vendido e não temos nenhuma proposta oficial, mas ele bebeu água fresca e viu jogadores jogando caixeta a US$ 100, relógios de US$ 30 mil e carrões. Agora vive em outro mundo. Ele quer jogar no Barcelona, Manchester ou outro grande clube da Europa e não temos como segurá-lo”, explicou, falando sobre o caso do Xaropinho. Petraglia brincou e disse que se dependesse só dele, o meia continuaria vestindo a camisa rubro-negra.

A venda de Kléberson não é só um desejo do jogador, mas também uma necessidade para por as contas em ordem. “O Atlético não recebeu nada da Globo”, revelou. Sem dinheiro em caixa, os planos vão sendo empurrados até que a conta volte ao azul. Contratações e dispensas ficam para depois, mas o dirigente informa que há a necessidade de dar uma oxigenada no elenco. “Tem gente que correspondeu e não quer ficar, tem gente que não correspondeu e não pode ficar, todos os times rodam muito e ninguém é bicampeão com o mesmo elenco”, analisou.

Petraglia revelou que na lista de ofertas atleticanas estão o zagueiro Gustavo, os laterais Alessandro e Fabiano, os meias Cocito e Kléberson e os atacantes Kléber e Alex Mineiro. Não apareceram clubes interessados com propostas concretas até agora (“o mundo entrou em crise”) e a tendência é de que eles continuem por mais uma temporada. (RS)

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