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Paulo Comelli pede concentração para se manter na Série B

Os cinco mil tricolores que estiveram na Vila Capanema comemoraram mesmo que timidamente a vitória (1×0, sobre a Ponte Preta), que definiu a permanência do Paraná Clube na Série B do Campeonato Brasileiro. Na prática, ainda falta um ponto para a confirmação matemática, mas somente uma verdadeira hecatombe resultaria ainda na queda do clube para a terceira divisão.

Pragmático, o técnico Paulo Comelli não quer saber de relaxamento e hoje volta a concentrar o grupo para a partida de amanhã, às 20h30, no Durival Britto, ante o já rebaixado CRB. O treinador quer fechar a temporada “em alta”, totalizando números expressivos à frente do Paraná Clube. Com quase trinta clubes no currículo ao longo dos 18 anos de profissão, esta foi a primeira real oportunidade do técnico em um clube da capital paranaense. Vencer no Paraná tinha um significado especial para Comelli.

Após um início desastroso, quatro derrotas seguidas e a necessidade de processar uma completa reformulação no elenco, Comelli e seu auxiliar André Chita estão bem perto do “título”. Sua trajetória como treinador é marcada por campanhas como essa do Tricolor, de superação, de tirar equipes de situações difíceis e de buscar o acesso a divisões superiores. O segundo turno do Paraná só não foi perfeito por dois deslizes em casa (contra Brasiliense e São Caetano). Mesmo assim, o clube ocupa uma 7.ª colocação nesta fase do campeonato.

Isso sem contar que apenas dois pontos separam o azul, vermelho e branco da “vice-liderança” do returno. Numa situação hipotética, se o atual trabalho fosse desenvolvido ao longo de toda a competição, o Paraná estaria, hoje, na briga direta pelo acesso à primeira divisão do futebol brasileiro. Talvez por isso, e pela forma como Comelli conduziu a reformulação do elenco e contornou muitas crises internas que surgiram ao longo desta trajetória, a diretoria tenha estabelecido como prioridade a sua permanência para 2009.

O diretor de futebol Paulo Welter deixou nas entrelinhas que a sua própria continuidade no cargo dependeria de um acerto com o treinador. Um acerto imediato. “É só uma questão de se medir o custo-benefício. Ou se investe ou seguiremos nessa rotina, participando da Série B”, disparou o dirigente, mostrando que o caminho de retorno à elite nacional passa diretamente por uma visão empreendedora. “Sem gastar, não se vai a lugar algum. O que não se pode é gastar equivocadamente”, citou Welter, numa referência direta ao que o clube desembolsou nesta temporada, montando e desmontando seu time.

Paulo Comelli já manifestou o desejo de continuar e destacou a liberdade que a diretoria lhe deu em todas as decisões tomadas ao longo desses pouco mais de três meses. “Sempre trabalhei com carta-branca aqui no Paraná. Isso foi muito importante. Recebi todo o respaldo do Paulo (Welter), do Beto (Amorim) e do presidente Aurival Correia”, destacou o técnico. Porém, Comelli reafirmou que só vai conversar após o jogo de amanhã, frente ao CRB. “Tivemos contatos, mas sequer tratamos de questões financeiras”, arrematou. Agora, a “bola” está com a diretoria tricolor.