Parreira diz que não joga na retranca com a seleção

Rio  – O técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, rejeita a tese de que adota um esquema defensivo na equipe ao escalar Gilberto Silva, Emerson e Zé Roberto no meio-de-campo. E considera o time que comanda mais ofensivo que a maioria das seleções européias.

 Nosso time tem três atacantes, não dois, como a maioria das equipes no futebol europeu: Ronaldinho, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo. Ou alguém tem dúvida disso? – indaga.
Desde a conquista do tetracampeonato mundial em 1994, o técnico é criticado por parte da imprensa e torcida por ser supostamente cauteloso. Depois de reassumir o posto de treinador da seleção no início do ano, Parreira tem sido questionado pela formação do meio-de-campo e pela suposta falta de renovação do grupo.
Após os elogios gerais pela boa atuação na Colômbia, as críticas ao esquema adotado pelo treinador voltaram após a vitória por 1 a 0 sobre o Equador na última partida da seleção pelas eliminatórias. Apesar da vitória ter colocado o Brasil na liderança isolada, o resultado não agradou torcida e imprensa.
– Acho que o time precisa ser equilibrado. Você não pode ter um time só com atacantes ou só com zagueiros. Você tem que procurar o equilíbrio. Isso é o que eu faço. Meus times não são defensivos ou ofensivos. Não conheço essas palavras. Não sei o que são. Se você diz que meu time não ataca, ou você não está sendo honesto ou você não conhece futebol – disse o treinador.
Parreira também costuma usar em seu favor o fato de escalar a seleção com dois zagueiros. O antecessor no cargo, Luiz Felipe Scolari, adotou o esquema 3-5-2 e foi campeão da Copa do Mundo com três zagueiros (Lúcio, Roque Júnior e Edmílson).

Parreira quer terminar o ano com Brasil liderando

Rio – Após criar um bom ambiente entre os jogadores e conscientizá-los sobre a importância de servir à seleção brasileira, a nova estratégia do técnico Carlos Alberto Parreira é a de impor a força do futebol nacional também por meio das palavras. Ontem na apresentação do grupo no Aeroporto Santos Dumont, que não contou com o atacante Ronaldo, do Real Madrid, o treinador foi categórico ao afirmar que o pensamento de todos é o de encerrar o ano na liderança da disputa sul-americana das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006.

“Temos que pensar grande. Pensar em terminar o ano em primeiro lugar na competição”, frisou Parreira, que no domingo enfrenta os peruanos, em Lima, e no dia 19, o Uruguai, em Curitiba. Ao falar sobre a ausência do lateral-esquerdo Roberto Carlos, do Real Madrid, e do atacante Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona, o técnico voltou a exaltar as qualidades do futebol brasileiro. “Nosso futebol tem condições de superar a falta de qualquer jogador no grupo.”

Em rápida análise sobre a seleção peruana, Parreira demonstrou respeito e não destacou nenhum atleta em especial. “A preocupação é com todos os jogadores do Peru, porque possuem experiência e ganharam uma nova personalidade sob o comando do Autuori (Paulo, técnico).”

Sobre a greve deflagrada pelos jogadores da primeira divisão do campeonato peruano, por causa do atraso no pagamento dos salários, Parreira disse não acreditar que a situação vá influenciar no desempenho dos adversários de domingo. Para o treinador, nenhum atleta poupará esforços na hora em que estiver dentro de campo defendendo as “cores de seu país”.

Na Granja

Após a apresentação no fim da tarde dos jogadores no aeroporto a seleção seguiu para a Granja Comary, em Teresópolis, região serrana do Rio, onde hoje inicia os treinamentos. As exceções na viagem do grupo foram o meia Alex, do Cruzeiro, o volante Gilberto Silva, do Arsenal, e o goleiro Dida, do Milan, que seguiram à noite para a concentração em um carro fretado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Já Ronaldo teve sua liberação justificada para resolver “problemas particulares”. Até o início da noite de ontem, a CBF não havia informado quando o atacante se apresentaria, mas a previsão era a de que ocorresse até hoje pela manhã.

Ronaldinho Gaúcho, que mesmo cortado do grupo, por causa de uma contusão muscular na coxa direita, viajou da Espanha alegando que se integraria à seleção, não compareceu no Santos Dumont. E nem havia chegado à Granja Comary na noite de ontem. Apesar de ter vindo para o Brasil, o jogador foi liberado pela CBF de qualquer compromisso com a seleção.

O novato da seleção, o lateral-esquerdo Leandro, do Cruzeiro, foi o primeiro a chegar ontem ao Santos Dumont. O atleta não escondeu sua felicidade por estar no elenco e disse ter recebido conselhos do técnico de sua equipe, Vanderlei Luxemburgo.

De acordo com o atleta, o treinador disse existir um bom ambiente na seleção, o que facilitará sua adaptação. “Vou procurar aproveitar ao máximo e ficar na cola do Alex. Segui-lo para tudo que é canto”, divertiu-se ele em referência ao companheiro de time.

Seleção se reúne no Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

– A seleção brasileira se reuniu no final da tarde de ontem no aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, e as únicas ausências foram as do goleiro Dida (Milan), do volante Gilberto Silva e do meia Alex (Cruzeiro). Os jogadores chegariam ao aeroporto por volta das 18h30 e seguiriam numa van até a concentração.

O técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira disse ontem, pouco antes do embarque do time para a concentração em Teresópolis (RJ), não acreditar que a greve deflagrada pelos jogadores da primeira divisão do campeonato peruano vai influenciar no desempennbio dos jogadores na partida de domingo contra o Brasil, em Lima, pela terceira rodada das eliminatórias da Copa do Mundo.

A seleção terá dois desfalques em relação a lista original, anunciada por Parreira há aproximadamente 15 dias. O lateral-esquerdo Roberto Carlos e o meia Ronaldinho Gaúcho, ambos contundidos, foram substituídos, respectivamente, por Leandro (Cruzeiro) e Elano (Santos).

Alex espera ser titular, Domingo

AE

Rio – O meia Alex, do Cruzeiro, ainda tem esperanças de estar entre os titulares da seleção, no domingo, contra o Peru, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006, mesmo com a preferência do técnico da seleção brasileira pelo meia Kaká, do Milan, para substituir o atacante Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona. Até para não inibir a disputa “sadia” no grupo, o técnico do time ainda não assumiu publicamente sua opção, reservando o direito de informá-la na véspera da partida.

Alex procura deixar a pressão de lado e jogar a responsabilidade para cima do treinador. “Quem escala o time é o Parreira. Ele é quem decide e estou aqui na seleção para cumprir meu papel”, frisou o jogador, ao chegar ao Aeroporto Santos Dumont, de onde seguiu ontem à noite para a Granja Comary, em Teresópolis e hoje inicia os treinamentos com o grupo.

Para figurar entre os 11 jogadores domingo, Alex possui como trunfo sua performance no campeonato brasileiro deste ano, que deixou o Cruzeiro na liderança na disputa. Apontado como o cérebro do time mineiro, o atleta tem marcado gols e sido o principal articulador das jogadas de ataque, além de ser um trunfo nas jogadas de bola parada.

“Ele amadureceu muito nos últimos meses e é um jogador de muita habilidade”, atestou Parreira.

Baseado nessas características é que o jogador demonstra esperança em ser o titular do Brasil. Ele sabe que Parreira costuma armar a equipe na formação tática 4-3-1-2 e sua função seria a de número um. Este papel, na seleção de Parreira, cabe a Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Alex.

Para o treinador, quem exerce a função tem de alimentar os dois atacantes, tentando o tempo todo se aproximar dos homens de frente ou simplesmente servi-los com lançamentos.

O fato de a partida contra o Uruguai ser em Curitiba também serve de motivação para Alex, de 26 anos, que nasceu na capital paranaense. Por isso, o entusiasmo do atleta é ainda maior quando o assunto é a disputa por uma vaga entre os titulares da seleção.

Peruanos pedem torcida

AE

Lima – Os jogadores da seleção do Peru estão preocupados com o comportamento de parte da torcida. Eles ficaram incomodados ao saber que tem gente disposta a ir ao estádio Municipal de Lima, domingo, para ver em ação os campeões do mundo. Em sua opinião, essa atitude pode prejudicar o time da casa.

“Devemos ser mais nacionalistas e menos egoístas com nossa própria seleção”, esbravejou o goleiro Erick Delgado, um dos mais aborrecidos com a aparente falta de apoio doméstica.

Já o centroavante Cláudio Pizarro resolveu partir para o ataque. O astro do Bayern de Munique acha que os peruanos andam muito preocupados com o Brasil. “Não deveria ser o contrário?”, questionou, para emendar. “Vamos jogar para ganhar essa partida”, avisou. “Dentro de campo, seremos 11 contra 11 e temos capacidade para vencer e isso será muito bom.”

O discurso de Pizarro contagiou outros companheiros com os quais treina nos arredores de Lima. “Queremos os pontos contra Brasil e Equador”, avisou o lateral Martin Hidalgo. “Podemos obtê-los com bom toque de bola e concentração”, adiantou. “Precisamos fechar o ano com 9 pontos”, recordou o zagueiro José Soto. “Como estamos com três, temos de vencer os dois jogos.”

O técnico Paulo Autuori já tem a disposição 18 jogadores do grupo de 24 convocados. Os treinamentos de ontem foram em período integral e com portões fechados. Para surpreender.

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