Como todo mundo sabe, dez clubes acertaram a transmissão por TV aberta do Campeonato Paranaense – Atlético e Coritiba ainda não assinaram contrato. Um ponto que ficou em segundo plano devido a polêmica do assunto principal foi o final das transmissões em pay-per-view, pelo canal Premiere. Pela primeira vez em muitos anos, o Estadual não está no “cardápio” das operadoras de TV por assinatura, e dezenas de partidas de Atlético, Coritiba, Paraná Clube e Londrina não serão transmitidas.

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Houve quem comemorasse, por incrível que pareça. “Ah, está acabando o monopólio”, “finalmente alguém vai comprar os direitos que não seja a ‘poderosa'” e outros argumentos semelhantes pipocaram nas redes sociais. Pois bem. A TV fechada abdicou do Paranaense e não se sabe de nenhuma outra interessada no campeonato. Mesmo antes não se ouviu ninguém manifestasse qualquer vontade de comprar os direitos de transmissão do nosso Estadual.

Por isso é uma péssima notícia a falta da transmissão no Premiere. Se a TV aberta transmite poucos jogos – e é assim, futebol é parte de uma grade -, o torcedor tinha uma opção para assistir sempre ao seu time e ainda secar os outros. Eram dois, três, quatro jogos a cada rodada da primeira fase, e ainda todas as partidas do mata-mata, das quartas de final até a decisão. Quase cinquenta partidas, uma infinidade de oportunidades para que os clubes mostrassem seus jogadores e suas marcas.

E o que nossos clubes terão? Nada. Absolutamente nada. No futebol-negócio de hoje, não aparecer significa perder dinheiro. E bastante. Não apenas o que alguns acham “migalhas” dos direitos de transmissão, mas também patrocínios, possibilidades de transferências que podem garantir toda a temporada. Qual é o custo de não aceitar uma proposta?

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E a visibilidade nacional e internacional. Pelo pacote do canal Premiere, os jogos do Paranaense estavam disponíveis para todo o País, e muitos também para o sinal mundial. Tudo isso vale dinheiro, muito mais que o que se recebe imediatamente. Dinheiro que se perdeu, dinheiro que vai faltar. E diminui também a cobertura plena do Paranaense – há canais de TV que dependem do PPV (nem que seja copiando as imagens sem pedir autorização), há emissoras de rádio que dependem do PPV (mesmo que sejam as primeiras a criticar a TV), emissoras nacionais perdem o referencial das transmissões para o acompanhamento do campeonato.

Olhando um pouco para a minha turma, colegas jornalistas sofrerão, porque é mercado se fechando. Profissionais talentosos sem mercado, rádios sem condição de seguir transmitindo porque não terão patrocínio para bancar as viagens pelo Estado.

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E, claro, os torcedores vão ter mais dificuldade para acompanhar o Estadual quando o time do coração não estiver jogando em casa. Não é todo mundo que tem disponibilidade, dinheiro e condições de viajar quartas e domingos.

Em resumo, todos perdem.

Mas a TV aberta vai transmitir o Paranaense. “Ah, mas Atlético e Coritiba não assinaram”. Bem, o campeonato só começa dia 29.