O bicho vai pegar!

Tricolor tem pela frente mais que um conhecido: um ídolo!

Diante do Santa Cruz, amanhã, no Estádio Arruda, o Paraná reencontra um ídolo dentro de sua história, que atuou como jogador no anos 90 e treinador em um passado bem recente. Ricardinho, desde o início do ano, é o treinador da equipe pernambucana.

Bicampeão paranaense em 1996 e 97 como atleta, marcando o gol do título no primeiro e sendo protagonista na segunda taça, o meio-campista foi vendido para o futebol francês e nunca mais voltou dentro das quatro linhas. Chegou a intermediar a vinda da fornecedora de material Joma, que ficou entre 2006 e 2007, além de comprar um camarote no projeto ‘Vila, Tá Na Hora’ neste mesmo período.

O retorno ao clube que o formou aconteceu no final de 2011. Ricardinho decidiu encerrar a carreira no Bahia e, em uma atitude surpreendente, foi anunciado como novo técnico do Tricolor no momento mais sombrio do clube.

Rebaixado para a Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense e com calendário a partir de março, com a Copa do Brasil e, em abril, com o torneio estadual, a diretoria ‘apelou’ para o ídolo da torcida. Utilizando seus contatos ao longo da carreira, o ex-jogador foi fundamental na montagem do elenco que conquistou o acesso com muita tranquilidade. Na época que chegou, o grupo tinha apenas 17 atletas.

Retorno pra salvar o time

No dia 9 de setembro do ano passado, Ricardinho foi ‘convocado’ pela direção de novo e acatou na hora, após dois anos fora do Tricolor. Em um momento difícil no Campeonato Brasileiro, o treinador conseguiu livrar a equipe do temido rebaixamento para a Série C.

Ao fim da Série B, sem acordo com a direção, o treinador deixou a Vila Capanema e acertou com o Santa Cruz, no dia 12 de dezembro. Em 2014, foram 17 jogos, sendo seis vitórias, sete empates e quatro derrotas. Com a soma das duas passagens, Ricardinho é o técnico que mais comandou o Paraná na competição, com 41 jogos ao todo. O clube e técnico, após a saída, falam em ‘portas abertas’ e no famoso ‘até breve’.

Bom desempenho

Pela Copa do Brasil, o time comandado por Ricardinho eliminou a Luverdense e o Ceará – esse no último minuto, com gol na raça de Douglas Tanque, em um jogo épico na Vila Capanema. Só parou nas oitavas de final para o Palmeiras, com duas derrotas (2×1 e 4×0).

Já pela Série B, o pentacampeão mundial comandou o Paraná em 25 rodadas: oito vitórias, oito empates e nove derrotas, totalizando aproveitamento de 42%. Após o empate por 1×1 com o Barueri, no Durival Britto e Silva, Ricardinho pediu o desligamento alegando os conhecidos problemas financeiros em contratar reforços e honrar compromissos.

Em uma conversa com torcedores, ainda no estádio, o treinador irritou os presentes ao falar que o clube não tinha mais jeito e era melhor arrumar outra coisa para fazer da vida. Sob o seu comando, ao todo, o Paraná realizou 49 jogos, ganhando 24, empatando 12 e perdendo 13, tendo 57,10% de aproveitamento.

No Santa

Logo que chegou ao Santa Cruz, Ricardinho tratou de levar alguns atletas que renderam no Tricolor: o volante Edson Sitta e o meio-campista Thiaguinho. O atacante Adaílton foi tentado, mas decidiu se transferir para o mercado estrangeiro.

Depois de um início conturbado, o treinador foi ajeitando sua equipe aos poucos. Alegando a dificuldade financeira como problema para continuar no Paraná, o comandante foi à Recife e encontrou o mesmo cenário.

Mesmo assim, com os salários atrasados variando em até dois meses, Ricardinho conseguiu conquistar o título em cima do Salgueiro, após eliminar o rival Central de Caruaru na semifinal. O gol decisivo foi de Anderson Aquino, emprestado pelo Coritiba.

Na primeira rodada da Série B, o Santinha perdeu para o Macaé por 2×0, no Estádio Moacyrzão. (GM)