Para muitas pessoas, viajar pelo mundo exigiria uma grande bagagem que coubesse muitos itens indispensáveis. Não é o caso do curitibano Guilherme Eisfeld, que já se aventurou ao redor do planeta por 65 países e, na maior parte deles, levando apenas um mochilão com poucas peças de roupas, entre elas, a camisa do Paraná Clube.

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Fazendo questão de vestir o manto Tricolor por onde passa, Guilherme, que tem 31 anos, coleciona algumas histórias engraçadas.

“Um dia, no sul da Índia, fui rodeado por curiosos, querendo saber de onde eu era. Como eu estava com pressa, disse que era francês, pois falar que é do Brasil atrai sempre uma multidão sorridente. Nisso, um indiano esperto olha para o símbolo do Paraná na minha camisa e disse ‘não, você é do Brasil. Do Paraná. Está escrito aqui’. Sorri e abracei o povo”, contou Guilherme, que já está acostumado a que os estrangeiros peçam a camisa paranista.

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“Na Tailândia queriam sempre a camisa branca do Paraná, por ter as cores do país. Tem muita gente simpática ao Paraná espalhada pelos cantos do mundo e fico feliz de fazer parte disso”, destacou, entusiasmado em levar o azul, o vermelho e o branco pelo mundo.

“Na França achavam que era do PSG. Já me perguntaram se era do Barcelona e eu disse que eles se basearam na gente. Já troquei camisas com colombiano e italiano. Espalhando o Paraná no mundo. Gostaria de ter mais camisas para distribuir, mas não dá”, disse.

Guilherme e sua irmã, Fernanda. A mochila inseparável do viajante, que tem o símbolo do Paraná, tem nome: Jurema. Foto: Arquivo pessoal.

Guilherme, que é analista de sistemas, mas agora está em busca de outros rumos para sua carreira, acabou há poucas semanas uma das maiores aventuras que já realizou. Ele saiu da Alemanha, país em que vive atualmente, e chegou a Bulgária, somente contando com a bondade das pessoas. Ele percorreu 19.107 quilômetros de carona.

Geralmente segurando uma placa de papelão, em que escrevia o destino que pretendia chegar, ele conseguiu um total de 168 caronas para atravessar 12 países: Alemanha, Polônia, Bielorrússia, Ucrânia, Rússia, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão, Irã, Iraque, Turquia e Bulgária. Foram mais de quatro meses de viagem em que dependeu de desconhecidos para viver. O curitibano se hospedava no esquema couchsurfing (dormia no sofá de alguém), colocando barraca onde parava ou, ainda, ficando na casa de pessoas que ofereciam hospedagem a ele.

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“A ideia era mostrar que não importa a nacionalidade, muito menos o credo e religião, pessoas são boas e se ajudam, mesmo quando são desconhecidas”, explicou o paranista, que mesmo de muito longe não deixa de acompanhar o time.

“Acompanhei o acesso pelo streaming nas madrugadas de Berlim, foi marcante, mas não estava perto. Para mim a memória mais forte que tenho quando ainda morava em Curitiba foi o título paranaense de 1997, com a torcida invadindo o gramado da Vila Olímpica”, recordou o viajante que, obviamente, ficou triste pela campanha do Tricolor neste ano.

Guilherme no Uzbequistão. Foto: Arquivo pessoal.

“É impossível competir frente à frente com o alto escalão brasileiro. A distância entre os clubes é absurda e aliada a escolhas não acertadas, deu no que deu. Ainda assim, acredito que, obviamente, valeu a pena subir à Série A”, enfatizou.

A paixão pelo time é tanta que até mesmo a fiel companheira de Guilherme nas aventuras também deixa evidente o amor dele pelo Tricolor da Vila Capanema.

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“Minha mãe achou um bordado do Paraná e me deu e nem preciso dizer que foi paixão certa né?! Colei na mochila que, por sinal, tem nome: Jurema, e é minha maior parceira de viagem, junto com minha irmã”, contou o “nômade.

Viajando, normalmente, sozinho, Guilherme contou em boa parte do trajeto nesta última aventura, com a companhia de sua irmã, Fernanda Eisfeld, que não pôde completar a rota porque precisou retornar à Alemanha por conta de compromissos.

Os dois mantêm o blog “Campo de Gelo” (@campodegelo) para falar sobre a experiência de visitar lugares, muitas vezes, pouco conhecidos do resto do mundo. O nome da página faz referência ao sobrenome deles, de origem alemã: “eis” significa gelo e “feld” campo.

De volta a Curitiba para passar as festas de fim de ano com a família, Guilherme quer repor seu estoque de camisas do Paraná Clube para, assim, em breve poder levar o manto a mais cantos do planeta.

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