“Estamos na ditadura agora, que eu não posso me manifestar?” Essas foram as palavras, em tom de indignação, do torcedor do Paraná Clube Marcelo Bresqui, de 43 anos. Na noite desta quarta-feira (5), Bresqui foi impedido de entrar no Durival Britto com uma faixa de protesto contra o diretor de futebol Rodrigo Pastana. O desentendimento começou minutos antes da partida entre Paraná Clube e Chapecoense, e que terminaria empatada em 1×1. O torcedor paranista, que é sócio do time há seis anos, foi impedido de se manifestar nas arquibancadas da Vila Capanema. A diretoria nega que haja proibição.

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“Segundo os seguranças, não é permitido entrar no estádio com faixas de protesto por ordem da diretoria. Tentei exercer meu direito, fui à central de sócio-torcedor para explicar o que estava acontecendo, mas ninguém conseguiu autorizar minha entrada com a faixa”, contou Bresqui.

A ideia da faixa surgiu da indignação com a atual fase do clube, que segundo o paranista passa diretamente pelas más escolhas nas contratações feitas por Pastana. O material foi confeccionado por encomenda e o pagamento dividido com mais dois amigos tricolores.

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“Eu tenho o direito de protestar pacificamente. Foram mais de 30 jogadores contratados e praticamente nenhum correspondeu em campo. O dinheiro do Paraná Clube foi jogado no lixo e eu estou indignado com isso”, disse o paranista, que até tentou dar um jeito para que a faixa pudesse ser levada para dentro do estádio, mas se disse perseguido pelos seguranças.

“Eu queria tentar entrar com a faixa porque é importante que o torcedor mostre que não está feliz com o que está acontecendo. Passaria a faixa para um amigo que já estava dentro, mas todos da segurança começaram a me acompanhar e vigiar o que eu estava fazendo, para impedir qualquer tentativa ”, explicou o soldador, que acompanha fielmente o time desde 1995.

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Sem ter opções, Bresqui abriu a faixa do lado de fora do Durival Britto por alguns minutos, mas como queria assistir ao jogo, deixou o material de lado. “Quando abri a faixa, várias pessoas que estavam passando me parabenizaram e me apoiaram. Todos concordaram com o protesto. Entrei para ver o jogo, mas fiquei tão bravo com a situação que ainda no segundo tempo fui embora. Precisamos nos unir, alguma coisa muito errada está acontecendo no Paraná Clube”, finalizou o torcedor.

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Em 2016, essa faixa também foi vetada na Vila Capanema. Foto: Arquivo Pessoal

Em contato com a reportagem da Tribuna do Paraná, o executivo Rodrigo Pastana negou haver essa proibição. “Imagina quantos protestos tem contra mim na internet, na porta da minha casa, dentro do clube? Não iria impedir mais um? Não tenho esta força. Mas não sou eu a pessoa para este questionamento. Sou o único ‘homenageado’ todo jogo. Não faria tal proibição. Respeito a opinião de todos”, afirmou.

A diretoria do Paraná Clube se manifestou através da assessoria de imprensa, garantindo que não é contra qualquer protesto por parte dos torcedores. E que a decisão de barrar a entrada da faixa foi tomada apenas pela segurança responsável pelo jogo, uma vez que esse tipo de manifestação pode gerar confusões e incitar a violência.

De novo

Não é a primeira vez que protestos são barrados na Vila Capanema. Em 2016, um grupo de torcedores também não pôde manifestar sua indignação com a campanha do clube, na ocasião, na Série B com uma faixa que dizia: “Circo Paraná Clube – onde o sócio-torcedor é o palhaço”. O material também foi barrado e o grupo também registrou o protesto do lado de fora do estádio.

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