Fechou o tempo

Saída de Marcão detona mais uma crise no Paraná Clube

O clima não é dos melhores no Paraná Clube. Foto: Felipe Rosa

Crise. Esse é o clima para lá de conturbado no Paraná Clube. O gerente de futebol, Marcos Oliveira, se demitiu e divulgou uma carta com críticas ao presidente Leonardo Oliveira. No dia seguinte, torcedores invadiram o CT Ninho da Gralha para cobrar comissão técnica e jogadores. Ainda tem o time irregular no Campeonato Paranaense que não empolga na temporada.

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A partir da última sexta-feira (15), os bastidores do Tricolor ficaram agitados. O ex-goleiro Marcão pediu demissão do seu cargo a dois dias da derrota por 1×0 para o Rio Branco, na Estradinha, no domingo (17). A derrota apática deixou a equipe na segunda colocação do grupo B da Taça Dirceu Krüger, com três pontos.

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Na noite de segunda-feira (18), o ambiente piorou. O dirigente paranista, através de uma postagem no Facebook, informou sua saída do clube. Mais que isso, o ídolo da torcida criticou duramente a gestão do presidente Leonardo Oliveira que, segundo ele, centraliza o poder na direção – no ano passado com o antigo executivo de futebol, Rodrigo Pastana, e agora com o próprio mandatário.

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Marcos ainda disse que falta comprometimento e profissionalismo dos atletas, existe má conduta de funcionários, além de se sentir um diretor figurativo e sem voz na cúpula do Paraná. “Essa postura era o que realmente mais me machucava. Infelizmente fiquei de mãos atadas, não consegui resolver várias situações”, falou no texto.

O diretor, sem citar nome, falou que era contra a permanência de um jogador de 2018 no elenco, mas que ficou mesmo assim, e que o mesmo o ofendeu na véspera da partida contra o FC Cascavel, há duas semanas. Na ocasião, ele não teve respaldo da diretoria novamente e foi a gota d’água para terminar seu ciclo. O atleta em questão é o meia Maicosuel. “Sem me comunicarem absolutamente nada, agindo pelas minhas costas, esse mesmo jogador foi contratado e só fiquei sabendo no dia da apresentação dos atletas, o que me causou tamanha decepção pela falta de respeito e consideração ao meu cargo. Como é possível um diretor de futebol não ser informado da contratação de um atleta?”, indagou.

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A Tribuna do Paraná, em janeiro, descobriu esse impasse entre Marcos e diretoria, aliado ao atrito com o “Mago”, mas foi negado na ocasião. A confirmação dos fatos veio dois meses depois. O seu pedido de demissão pegou torcida e até mesmo o técnico Dado Cavalcanti de surpresa.

“Lamentável. Uma pena. Fui surpreendido com sua saída, porque não tive conversa até a decisão. Ele é um dos responsáveis por minha vida. É um amigo. Vejo com tristeza. A opção foi dele. Ele sempre foi presente no dia a dia da comissão técnica. Falávamos sobre possibilidades e ações a serem feitas. Não via ele como figurativo, quem sabe com uma questão ou outra. É difícil comentar o que ele disse. A interpretação fica vaga”, avaliou o treinador em coletiva de imprensa antes do treino na manhã de terça-feira (19).

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Mal sabia o comandante que tudo ainda iria piorar pouco depois. No início da tarde, 18 torcedores invadiram o CT para cobrar sobre o desempenho do time, eliminado na segunda fase da Copa do Brasil para o Londrina e fora das semifinais da Taça Barcímio Sicupira Júnior.

Na sequência, em uma sala reservadas, eles falaram com Maicosuel, um dos pivôs da saída do gerente de futebol. O meia disse que a desavença acontece desde 2018 e que não se falavam mais. O atleta falou que discutiu com o diretor na frente do elenco e negou que agrediu verbalmente o ex-goleiro. Ele ainda citou que vai honrar a camisa durante a temporada. Vale lembrar que o “Mago” ainda está entregue ao departamento médico, com 12 jogos disputados e dois gols marcados nessa última passagem pelo Paraná.

Os torcedores, por fim, também questionaram se há atrasos salariais, como aconteceu no ano passado. O executivo de futebol, André Mazzuco, confirmou que janeiro foi pago e que o mês de fevereiro está em atraso. O depósito tinha que ser feito no dia 10 e não há previsão de pagamento. Os protestantes prometeram voltar a protestar se a equipe continuar jogando “sem vontade e tirando o pé das jogadas”. Não houve pedido de saída de nenhuma atleta ou dirigente.

Com esse cenário ruim, o Tricolor volta a campo na quinta-feira (21), às 20h, na Vila Capanema, para enfrentar o Cianorte, pela terceira rodada da Taça Dirceu Krüger.

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