A participação na Primeira Liga de 2017 será, para o Paraná, a salvação do primeiro trimestre do clube na próxima temporada. Se antes não contava com muitos atrativos nos primeiros três meses do ano e só tinha o Campeonato Paranaense para disputar, o Tricolor, apesar de estar no último grupo da divisão de cotas das receitas de televisão da competição regional, abdicou de acompanhar Atlético e Coritiba na desistência do torneio para tentar potencializar sua receita em meio à disputa do deficitário Estadual.

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O Paraná, na disputa da Primeira Liga, trará também outros atrativos para o seu torcedor, como a oportunidade de jogar partidas contra equipes de primeira divisão do futebol nacional, algo que não ocorre com frequência há nove anos, quando o clube foi rebaixado para a Série B. Neste período, apenas confrontos pela Copa do Brasil ou quando um grande acabou rebaixado Além disso, apesar de estar no último grupo, o clube lucrará com a participação no torneio e as despesas de viagem devem ser pagas pela organização da competição.

“As despesas devem ser pagas pela Liga, assim como acontece nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Além tudo isso tem o fato de a competição contar com grandes clubes, que hoje se destacam no cenário nacional e o Paraná está envolvido nisso. Não tem como falar que não é interessante”, apontou o presidente paranista, Leonardo Oliveira, em entrevista à Rádio Transamérica.

A Primeira Liga, na verdade, foi criada a partir de um movimento de alguns clubes do futebol brasileiro para conseguir igualar a distribuição de verbas de televisão que acontece atualmente na disputa do Campeonato Brasileiro. A ideia inicial foi descartada e, segundo o mandatário paranista, a divisão foi feita de forma correta, já que na sua visão, o Flamengo, por exemplo, merece realmente lucrar mais do que os demais clubes participantes do torneio.

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“Não há hoje como você colocar alguns clubes de fora do cenário, como comparar em representatividade para o torneio, abrangência, penetração de torcida, do Flamengo com os outros clubes da Liga. Nesse sentindo, tem que reconhecer na divisão de cotas o peso de cada clube. Analisamos e poucos clubes fizeram isso. Analisando o desempenho dos clubes no campeonatos nacionais, presença de torcida nos jogos, os números da Timemania, fizemos o estudo e a divisão é muito justa, muito dentro do que o mercado se propõe a pagar. Isso está sendo respeitado e é interessante para os clubes”, emendou.

Apesar de estar no último grupo no rateio das verbas de televisão, o dinheiro pela participação na Primeira Liga será muito bem-vindo ao Paraná. Isto porque o clube vem atravessando inúmeras dificuldades financeiras e não conta atualmente com grandes investidores ou patrocinadores. Oliveira não quis confirmar o valor que o time paranista receberá para participar da competição, mas especula-se algo em torno de R$ 2,5 milhões pelos próximos três anos da competição (cerca de R$ 800 mil por ano).

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Mesmo assim, os primeiros meses do ano não devem ser de muito investimento no futebol. O clube ainda não definiu seu treinador para a próxima temporada e há uma tendência muito forte que ou Fernando Miguel ou Ageu Gonçalves assuma o comando da equipe. Mais uma vez, o clube deve investir mais pesado a partir de maio, quando disputará, em 2017, sua décima edição seguida da Série B do Campeonato Brasileiro.