Lado financeiro

Paraná joga todas as fichas na Primeira Liga pra reforçar o caixa

Neto e Diego Clementino no duelo entre Paraná e Cruzeiro em 2005. Enfrentar os 'grandes' faz diferença. Foto: Arquivo

A participação na Primeira Liga de 2017 será, para o Paraná, a salvação do primeiro trimestre do clube na próxima temporada. Se antes não contava com muitos atrativos nos primeiros três meses do ano e só tinha o Campeonato Paranaense para disputar, o Tricolor, apesar de estar no último grupo da divisão de cotas das receitas de televisão da competição regional, abdicou de acompanhar Atlético e Coritiba na desistência do torneio para tentar potencializar sua receita em meio à disputa do deficitário Estadual.

O Paraná, na disputa da Primeira Liga, trará também outros atrativos para o seu torcedor, como a oportunidade de jogar partidas contra equipes de primeira divisão do futebol nacional, algo que não ocorre com frequência há nove anos, quando o clube foi rebaixado para a Série B. Neste período, apenas confrontos pela Copa do Brasil ou quando um grande acabou rebaixado Além disso, apesar de estar no último grupo, o clube lucrará com a participação no torneio e as despesas de viagem devem ser pagas pela organização da competição.

“As despesas devem ser pagas pela Liga, assim como acontece nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Além tudo isso tem o fato de a competição contar com grandes clubes, que hoje se destacam no cenário nacional e o Paraná está envolvido nisso. Não tem como falar que não é interessante”, apontou o presidente paranista, Leonardo Oliveira, em entrevista à Rádio Transamérica.

A Primeira Liga, na verdade, foi criada a partir de um movimento de alguns clubes do futebol brasileiro para conseguir igualar a distribuição de verbas de televisão que acontece atualmente na disputa do Campeonato Brasileiro. A ideia inicial foi descartada e, segundo o mandatário paranista, a divisão foi feita de forma correta, já que na sua visão, o Flamengo, por exemplo, merece realmente lucrar mais do que os demais clubes participantes do torneio.

“Não há hoje como você colocar alguns clubes de fora do cenário, como comparar em representatividade para o torneio, abrangência, penetração de torcida, do Flamengo com os outros clubes da Liga. Nesse sentindo, tem que reconhecer na divisão de cotas o peso de cada clube. Analisamos e poucos clubes fizeram isso. Analisando o desempenho dos clubes no campeonatos nacionais, presença de torcida nos jogos, os números da Timemania, fizemos o estudo e a divisão é muito justa, muito dentro do que o mercado se propõe a pagar. Isso está sendo respeitado e é interessante para os clubes”, emendou.

Apesar de estar no último grupo no rateio das verbas de televisão, o dinheiro pela participação na Primeira Liga será muito bem-vindo ao Paraná. Isto porque o clube vem atravessando inúmeras dificuldades financeiras e não conta atualmente com grandes investidores ou patrocinadores. Oliveira não quis confirmar o valor que o time paranista receberá para participar da competição, mas especula-se algo em torno de R$ 2,5 milhões pelos próximos três anos da competição (cerca de R$ 800 mil por ano).

Mesmo assim, os primeiros meses do ano não devem ser de muito investimento no futebol. O clube ainda não definiu seu treinador para a próxima temporada e há uma tendência muito forte que ou Fernando Miguel ou Ageu Gonçalves assuma o comando da equipe. Mais uma vez, o clube deve investir mais pesado a partir de maio, quando disputará, em 2017, sua décima edição seguida da Série B do Campeonato Brasileiro.