Crise financeira

Paraná Clube volta a conviver com salários atrasados

Alex Brasil destaca o trabalho do elenco na Série B. Foto: Hamilton Bruschz.

Os jogadores do Paraná Clube se recusaram a falar com a imprensa após a derrota por 1×0 para o Figueirense, pela 30º rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O silêncio, uma espécie de protesto, se deu por conta dos atrasos dos salários do elenco paranista. Os atletas não concederam entrevistas na saída do gramado e também não compareceram à coletiva de imprensa. Neste sábado (19), o Tricolor recebeu na Vila Capanema o time catarinense – que vive um momento ruim em campo e nos bastidores – e não teve êxito, deixando escapar três pontos que poderiam ser importantes na luta pelo G4. A diretoria confirmou os débitos e também a falta de pagamento de direitos de imagens.

Ainda em sétimo na tabela, com 44 pontos, o Tricolor segue a três pontos da área do acesso, porém, o placar negativo diante de um adversário da zona de rebaixamento e que está em dificuldades inclusive para manter as ‘portas abertas’, deixou a situação ainda mais grave.

De acordo com o executivo de futebol do Tricolor, Alex Brasil, está sendo feito um forte trabalho nos bastidores para que isso seja resolvido. Para o porta-voz, esse é um problema que assola o futebol naional como um todo.

“É notório no futebol brasileiro, inclusive no estado do Paraná, a questão financeira. Isso vem atrapalhando não só nós, mas muitas equipes”, disse.

Brasil explicou que em nenhum momento foi procurado pelos jogadores sobre o ‘protesto’ e que teria orientado a agirem de outra forma.

“Não fui consultado. Talvez, foi em um momento inoportuno. Respeitamos a posição desse grupo, cada um sabe o que faz, mas tem que ter noção das consequências. Ainda assim, respeito e sei da dedicação desses atletas”, comentou, afirmando que a situação não interfere no desempenho dos jogadores em campo e em nada teve a ver com o revés para o Figueirense.

O executivo confirmou que há um salário em carteira que não foi pago, assim como direitos de imagens, que variam entre os jogadores, sendo os atletas mais antigos no elenco, com maiores valores a receber.

De acordo com o profissional, o presidente Leonardo Oliveira está correndo atrás para regularizar a situação o quanto antes e que mesmo acreditando que haveria outras formas de os jogadores externarem a insatisfação, entende a atitude.

“Tem que ser exaltado o trabalho do presidente e do Oliveiros (superintendente geral), que trabalham 24 horas em função do clube. E também enaltecer o trabalho desses atletas, que se dedicam, treinam e querem muito fazer o melhor. Temos que lembrar que por trás desses atletas tem famílias que necessitam desses salários”, arrematou.