Possibilidades e riscos

Paraná Clube vive expectativa por decisões da Justiça

As pendengas judiciais podem comprometer o orçamento do Tricolor principalmente na disputa da Segundona. Foto: André Rodrigues

A renovação do Ato Trabalhista, realizada no dia 22 de janeiro, é uma conquista da diretoria do Paraná Clube. O clube, entretanto, tem outra decisão importante pela frente: no dia 13 de março acontece o julgamento sobre a questão cível entrar ou ser separada da intervenção judicial.

A Tribuna do Paraná publicou recentemente a continuidade do Ato, que existia um receio de não renovar pelos atrasos salariais, e a tentativa do empresário Carlos Werner, antigo mecenas paranista, de penhorar as cotas da CBF e TV para receber uma parte da dívida do Tricolor com o ex-investidor. Essas duas histórias, indiretamente, terão um novo capítulo em breve.

Após duas audiências, o processo na 15ª Vara Cível, que ocorre desde fevereiro de 2016, terá uma decisão definitiva no próximo mês. Werner já garantiu a penhora dessas receitas, mas o recurso está suspenso até o julgamento final. Atualmente, o débito dessa ação é de R$ 3,5 milhões, sem correção, de uma confissão de dívida, não detalhada. Ainda há outro processo dele na 5ª Vara Cível, que ultrapassa os R$ 12 milhões por empréstimos feitos e não cumpridos em acordo.

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O Paraná tenta manter o débito no âmbito cível dentro do Ato, o que implica nesse tipo de ação ficar no final da fila para recebimento e não atrapalhar a saúde financeira. Já o empresário quer que a dívida seja separada da intervenção judicial e, no momento, tem um parecer favorável quanto a isso.

A decisão é de extrema importância para o futuro a curto, médio e longo prazo para o Tricolor. Vale lembrar que o Ato tem a finalidade de destinar 20% da arrecadação total para quitar dívidas na Justiça, enquanto os 80% restantes ficam a cargo do clube, com fiscalização judicial e tendo o presidente Leonardo Oliveira como administrador, com salário de R$ 25 mil mensais.

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Caso o processo de Werner não entre nesse acordo, a situação financeira paranista sofrerá um duro golpe. Além dessa destinação obrigatória dos recursos, o Paraná abrirá um precedente para as outras questões cíveis andarem na Justiça e, assim, ficar com seu orçamento e fluxo de caixa comprometido novamente em caso de decisões desfavoráveis nos demais processos desse segmento.

De imediato, a ação do ex-investidor bloquearia a entrada da cota de TV para a Série B, que ficará entre R$ 6 e R$ 7 milhões. O Tricolor ainda ganhou R$ 1,15 pela participação e classificação na primeira fase da Copa do Brasil, além de R$ 600 mil do Campeonato Paranaense.

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Sem esse valores, basicamente, a direção ficaria de mãos atadas para o planejamento do ano e dos seguintes. O clube segue sem patrocínio após a decisão da Caixa Econômica Federal (CEF) de não patrocinar mais os times profissionais e segmentos do esporte. A queda precoce na segunda fase do torneio nacional de mata-mata para o Londrina também impactou negativamente.

O clube teve um respiro pela negociação do goleiro Richard para o Ceará por R$ 1,5 milhão e conseguiu pagar alguns débitos de 2018. A única esperança financeira para a temporada fica por conta da venda do volante Jhonny Lucas ao Braga, de Portugal, que ainda não foi detalhada pela diretoria. Leonardo Oliveira, entretanto, apesar de falar internamente que acertou a transação, não se pronuncia publicamente sobre qualquer assunto há quatro meses.

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