Dura realidade

Paraná Clube vê situação mais complicada do que a esperada

Domingo só a torcida paranista entrará na Vila Capanema. Foto: Marcelo Andrade.

A derrota por 3×1 para o Santos, no último domingo (13), na Vila Belmiro, deixou o Paraná Clube em uma situação ainda mais desconfortável no Campeonato Brasileiro. Com apenas um ponto conquistado em cinco rodadas, o Tricolor é o lanterna e já está quatro pontos atrás do primeiro time fora da zona de rebaixamento. Ou seja, mesmo se a primeira vitória vier diante do Grêmio, domingo que vem, na Vila Capanema, a equipe paranista continuará entre os quatro últimos.

Um momento ruim que ainda tem tempo para ser recuperado, mas que não dá sinais de uma evolução. Jogo após jogo, o técnico Rogério Micale se apega aos números, pelo fato de o Paraná Clube finalizar bastante, criar situações de perigo e não ser completamente dominado pelos adversários. Só que os resultados, que são os principais, ainda não vieram. E isso é mais relevante que simplesmente ter bons momentos em campo.

A realidade paranista é muito preocupante. E, internamente, todos sabem disso, mas parece que preferem mascarar o problema. Simplesmente falar que o time pode reagir parece muito pouco. É preciso reagir, e já. Ainda há tempo, mas o Tricolor não mostrou poder para isso.

Em cinco jogos foram três gols marcados e onze já sofridos. Por mais que seja um dos times que mais finaliza, é necessário corrigir estas conclusões. Lá atrás, a marcação também vem deixando a desejar. Ou seja, sinal de alerta já ligado, mesmo com ainda 33 rodadas pela frente.

Fazendo uma análise mais crua, o Paraná Clube está ‘devendo’ três pontos, os da derrota por 2×1 para o Sport na Vila Capanema, por ser um confronto direto na briga contra a degola. E é onde a comissão técnica pode se apegar ao apontar que a equipe tem condições para crescer no Brasileirão.

E pode estar certa nisso. Afinal, teve bons momentos como o início do segundo tempo contra o São Paulo, os primeiros 20 minutos diante do Corinthians e o primeiro tempo contra o Santos. Mas falta regularidade e consistência. Se abalar com um gol tomado não pode ser característica de um time de Série A. A cobrança tem que ser feita.

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Argumentar que o time não tem experiência em Brasileirão e que os jogadores ainda estão se adaptando é não assumir a responsabilidade. Quando a diretoria contratou esses jogadores conhecia o histórico. Apostar, então, em nomes menos conhecidos foi uma opção, mesmo diante das dificuldades financeiras. Querer se ajustar com o trem andando sempre é mais complicado.

Embora adote um discurso otimista e estar se apegando a dados, Micale não é o único culpado. No final de março, o presidente Leonardo Oliveira admitiu que a realidade era complicada e que corria riscos de ser rebaixado, mas por conta da diferença financeira, e não necessariamente pelo elenco formado. E aí pode ser o erro. Rever conceitos e mostrar pro torcedor que a briga vai ser mais difícil que a esperada, pode ser o primeiro passo para uma recuperação dentro do prazo.