O plano era repetir 2017, mas o Paraná Clube vê seu planejamento de 2018 ameaçado com menos de dois meses. Com a surpreendente demissão de Wagner Lopes na última sexta-feira, após um início irregular no Campeonato Paranaense e na Copa do Brasil, as dúvidas sobre o Tricolor – que já eram grandes – aumentaram. Como será a troca de treinador? Será que era só ele o problema? Há mais algo na Vila Capanema do que a crise técnica visível para todos?

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Wagner Lopes voltou ao Paraná no final do ano passado com aprovação máxima. Só tinha saído porque a proposta do futebol japonês era 19 vezes maior que o salário que ganhava, e seu retorno foi natural no momento em que ele estava disponível no mercado. Mas o início da temporada não teve a “magia” da primeira passagem. Muito pelo contrário.

Foram duros golpes, um atrás do outro. Derrotas dolorosas, que tiraram o treinador do sério, fazendo com que tivesse uma postura bem diferente à beira do campo, mais agitado que de costume. E principalmente com as cobranças públicas de Wagner para o elenco, que aconteceram nas derrotas para Atlético e Rio Branco. Dois dias depois de perder para o time de Paranaguá, o técnico foi demitido. Deixou o Tricolor com apenas uma vitória em sete jogos nesta segunda passagem pelo clube.

Não ficou claro nas declarações do gestor de futebol Rodrigo Pastana se houve algum problema interno, como se ventilou nos últimos dias – tanto do ex-treinador com os jogadores quanto do próprio Pastana com Wagner Lopes. “A responsabilidade é toda do departamento de futebol, em especial da minha função. Entendemos que o desempenho não condiz com o tempo de trabalho e optamos pelo desligamento”, disse o cartola, sem dar maiores detalhes.

Acompanhando o Tricolor nos últimos tempos, seria até plausível imaginar que Matheus Costa fosse o favorito para retornar ao clube. Mas o nome dele não seria a prioridade. A diretoria estaria atrás de um profissional que trabalha no Sul. Luiz Carlos Winck, que vem obtendo bons resultados no Caxias, foi citado, mas Pastana evitou qualquer comentário. “Nosso treinador é o Ademir Fesan”, resumiu, quando perguntado sobre uma possível contratação.

Fesan, o auxiliar técnico da comissão permanente paranista, vai comandar o time diante do Sampaio Corrêa, na quinta-feira, em São Luís, pela segunda fase da Copa do Brasil. Após esta partida, serão dez dias até a estreia na Taça Caio Júnior, período em que o Tricolor já quer contar com um novo técnico. E também com reforços, que não param de chegar – o último foi Carlos Eduardo, aquele mesmo que passou pelo Flamengo, pelo Atlético-MG e pelo Grêmio.

Será também um período de reflexão dentro do Paraná Clube. De avaliação sobre o saldo das contratações feitas até agora, da necessidade de trazer ainda mais gente, da certeza de que a receita de 2017 não emplacou em 2018. Reprovada pela maioria dos torcedores, a demissão de Wagner Lopes não deve ser o único ato da precoce reformulação da temporada tricolor.

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