Clima tenso

Paraná Clube vê de perto a pressão da ZR da Série B

Torcida pegou no pé do Tricolor depois de empate. Foto: André Rodrigues

Mal começou a Série B do Campeonato Brasileiro e o Paraná Clube já vive um clima de pressão. O empate em 0x0 colhido diante do Oeste, anteontem, na Vila Capanema, escancarou de vez as fragilidades do time paranista e esgotou a paciência do torcedor. Em campo, o Tricolor até criou mais que o adversário, teve um gol mal anulado feito pelo meia João Pedro, mas de fato é muito pouco para quem quer brigar efetivamente pelo acesso à primeira divisão do ano que vem.

O resultado deixou o time do técnico Matheus Costa com sete pontos, na 14ª colocação e bem próximo da zona de rebaixamento. O próximo compromisso será o clássico contra o Coritiba, sábado, às 18h, no Couto Pereira.

Ao final da partida, o técnico Matheus Costa foi o mais cobrado pelo torcedor. Os protestos vieram ainda durante a partida, quando chegou a ser chamado de burro quando tirou o meia Matheus Anjos da equipe. O treinador, que levou o Tricolor ao acesso à primeira divisão de 2017, está sentindo algo que não havia passado ainda no Paraná, mas entende a cobrança do torcedor paranista.

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“É completamente coerente a cobrança do torcedor. Aqueles que estão cobrando, são os mesmos que nos abraçaram. Eles acordaram cedo, foram ao estádio e o resultado não veio. Sabemos que a pressão com o treinador é normal, mas estou com a consciência limpa e vou buscar fazer o meu melhor. Temos a nossa responsabilidade, mas estou tranquilo para seguir o trabalho. Só peço que a cobrança seja em cima de mim, para deixar os atletas tranquilos em campo”, disse o treinador.

O treinador foi defendido publicamente pelo zagueiro Rodolfo após a partida. O defensor afirmou que a fase ruim do Paraná, que somou seu quarto jogo sem vitórias, é responsabilidade do elenco. “Quero falar que o Matheus Costa não tem culpa de nada. Nós jogadores temos que assumir a responsabilidade. O Matheus Costa é um cara de caráter, que trabalha firme, mas os resultados não estão vindo”, defendeu o zagueiro.

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Matheus Costa, na verdade, tem dois jogos para tentar recolocar o Paraná nos trilhos. Contra Coritiba, no Couto Pereira, e Operário, na Vila Capanema, o treinador pode provar que o time paranista está no caminho certo antes da parada que a Série B terá para a Copa América. Por ora, o comandante está prestigiado pela diretoria, mas muito mais pelo rendimento, que é considerado bom pelo presidente Leonardo Oliveira, do que propriamente pelos resultados ruins obtidos em campo.

“Nos dois jogos em casa nós pressionamos, finalizamos, nesse jogo (contra o Oeste) fizemos o gol, mas infelizmente o resultado não veio. Duas vitórias mudariam a análise dos resultados. Temos tido um bom desempenho dentro dos jogos, temos criado, mas infelizmente até esse momento a bola não quis entrar. Em algumas situações pecamos por diversos motivos. Precisamos ter a cabeça tranquila. A Série B é longa, difícil, precisamos reagir e não deixar a pontuação distanciar. Nosso objetivo é se manter no pelotão de frente para, no final da Série B, ter a possibilidade de brigar pelo acesso. Precisamos ser mais efetivos e matar o jogo quando tivermos as chances”, reforçou Oliveira.

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Ainda depois do jogo, o Paraná confirmou a saída do executivo de futebol Mário André Mazzuco, que recebeu uma proposta do Vasco e vai trabalhar no time carioca. Mais um problema interno que a diretoria terá que resolver para a sequência da temporada. Somente depois da contratação desse novo profissional é que a diretoria paranista definirá se novos reforços vão chegar, especialmente depois da parada para a Copa América.