Belo Horizonte – Em conversa com a Tribuna na manhã de quarta-feira (31), cerca de dez horas antes de a partida contra o Atlético-MG começar, o técnico do Paraná Clube, Cristian de Souza, disse que um dos grandes objetivos embutidos no duelo do Independência não era técnico nem financeiro – e olha que era muito importante a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil e mais ainda a grana que entraria na conquista da vaga. “Nós precisamos resgatar o orgulho do torcedor”, disse o treinador. E no momento em que as luzes no Horto se apagam, é possível dizer que, mesmo eliminado após o 2×0 imposto pelo Galo, o Tricolor não decepcionou. Cumpriu seu papel, honrou a camisa, fez seu torcedor acreditar que melhores tempos virão.

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Era difícil mesmo segurar uma equipe com potencial de investimento tremendamente maior. Um time que se dá ao luxo de ter Robinho, em recuperação de uma virose, no banco – e entrando apenas para dar descanso a Cazares, um dos melhores da partida, que sentiu um desconforto muscular. E esse time saiu ‘aliviado‘, nas palavras do seu jogador mais importante, o atacante Fred, ao final do confronto. Isto porque teve no Paraná um adversário raçudo, que lutou até o último instante, mesmo quando já era nítido que não haveria como se classificar.

O Tricolor entrou em campo para primeiro se defender. Era a proposta para tentar conter um Atlético-MG que se lançou todo ao ataque – e ainda mais sem Renatinho, lesionado, e com Cristian de Souza optando por Jhony em seu lugar. Faltava qualidade para encaixar o contra-ataque, porque Guilherme Biteco estava também ajudando na marcação, e fechava o setor esquerdo para impedir os avanços do Galo por ali. Deu certo até os 40 minutos, o Paraná teve até chance de marcar com Robson, mas Otero acabou fazendo um gol olímpico, aproveitando-se de um descuido de Léo.

Na volta do intervalo, era necessário atacar. E havia espaço, porque o Galo é quase obrigado a jogar pra frente por conta da pressão da torcida. Mas Felipe Alves se machucou, e Pedro entrou em seu lugar. E logo depois Cazares ganhou de Eduardo Brock e lançou Fred, que fez o gol da classificação. Fez e nem comemorou, pois viu que no choque com Léo o goleiro levou a pior. Pareceu um daqueles caras do UFC que apanharam. Com um corte no rosto e o olho inchado, o camisa 1 foi levado para um hospital para ser melhor avaliado.

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Apesar de abatido, o Tricolor não desistiu de lutar, chegou com perigo, obrigou Victor a fazer duas ótimas defesas (com Alex Santana e Pedro) e atacou até o apito final. Fez o ‘Galo Doido‘, que apenas com o salário de Fred bancaria a folha de todo o elenco paranista, ficar na defesa em pleno Horto. Era difícil mesmo se classificar. Mas o Paraná fez bonito. E sonhar com o acesso para a primeira divisão não é loucura, e sim uma realidade cada vez mais clara.