Dívida paga

Paraná Clube dá passo decisivo pra ter futuro mais tranquilo

Thiago Neves saiu do Paraná em 2005, mas a "herança" da negociação malfeita ficou até agora. Foto: Arquivo

Próximo do G4 da Série B do Campeonato Brasileiro, o Paraná Clube, fora das quatro linhas, caminha a passos largos para não repetir os mesmos problemas dos últimos anos. Com os salários em dia, a diretoria paranista, desde que o presidente Leonardo Oliveira assumiu seu mandato, no início do ano passado, tem trabalhado para findar as dívidas do clube. Ontem, em entrevista coletiva, o mandatário do Tricolor confirmou que fez o pagamento da última parcela do débito com o meia Thiago Neves e a empresa Systema, do empresário Léo Rabello.

Essa dívida, que chegou a ser de R$ 40 milhões, foi classificada por Oliveira como a maior catástrofe da história do Paraná Clube. O clube, no entanto, conseguiu nos últimos tempos reduzir a conta para R$ 4,5 milhões e fez, nesta semana, o pagamento da última parcela. Fato comemorado pela diretoria paranista. E não é para menos. Por conta desse débito, o Tricolor, no ano passado, teve toda a sua receita de televisão comprometida.

“Tivemos a penhora da cota integral das verbas de televisão no processo da empresa Systema, do meia Thiago Neves, por volta de R$ 40 milhões. Foi uma catástrofe naquele momento. Nós negociamos quase quatro meses com o Léo Rabello e chegamos a uma composição da dívida. Pagamos R$ 4 milhões no ano passado e ficamos com R$ 500 mil para pagar nesse ano”, declarou.

“Convoquei essa coletiva para dizer que na semana passada pagamos a última parcela ao Léo Rabello. O Paraná não deve mais nenhum centavo no processo do Thiago Neves, que foi um dos maiores problemas da história do clube e agora está resolvido. O processo está homologado, foi feito o último depósito e estamos comemorando o fato. Foi resolvido um dos maiores problemas da história do clube. Informamos ao nosso torcedor, nosso associado, que desse problema não sofreremos mais”, disparou Oliveira.

Próximos passos

O cenário, no entanto, ainda não é o ideal. Por conta de outras dívidas, principalmente trabalhistas, o Paraná Clube, neste ano, teve retida 85% da sua receita de televisão. A diretoria paranista, no entanto, vem trabalhando em outras frentes para conseguir manter as contas em dia. Além de vender alguns jogos (aconteceu contra Atlético-MG e Guarani) para empresários e parceiros do clube, a expectativa maior está na venda definitiva da área social da sede do Boqueirão.

O terreno foi a leilão algumas vezes, mas não houve ainda uma solução. Quando a área foi arrematada ou o comprador desistiu do negócio ou passou cheques sem fundo ao Paraná Clube. Agora, já tem uma empresa interessada no terreno e, se conseguir vender o imóvel, o Tricolor conseguirá quitar suas dívidas e voltará, inclusive, a pleitear o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

“Para se ter ideia, 85% da cota (de televisão) ficou bloqueada. Situações importantes estão acontecendo e espero trazer em breve uma notícia boa em relação ao Boqueirão, onde temos uma empresa grande da cidade interessada naquele imóvel. Temos a proposta em mãos e, nos próximos dias, podemos ter a resolução daquele processo, que com certeza vai praticamente quitar a dívida em execução, que nos dará uma tranqüilidade maior para trabalhar em outros processos”, garantiu Oliveira, que comentou sobre a tentativa de recuperar o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

Veja a classificação da Série B!

“Não é muito fácil. Teremos dificuldades ainda, mas será um passo que se dá nessa direção. Temos algumas pendências a resolver, principalmente questões trabalhistas, que hoje nos impede de acessar o patrocínio. O jurídico está trabalhando forte nessa resolução e esse processo do Boqueirão vai nos aproximar ainda mais das CND’s (certidão negativa de débito) e do que precisa para angariar as parcerias com os governos federal e estadual”, arrematou o mandatário paranista.

Com o esforço feito fora de campo, o Paraná Clube não deve ver o filme de outras temporadas se repetir, quando o Tricolor fazia boas campanhas, mas não conseguia manter os salários do time em dia. A queda de produção e na classificação eram inevitáveis e, por isso, o time paranista é o clube que está há mais tempo na segundona, disputando, em 2017, sua décima edição seguida. Agora, com diretoria e time trabalhando e remando para o mesmo lado, a expectativa de acesso é cada vez maior.