Será que é tudo isso?

Elogiado por dirigentes, elenco do Paraná ainda gera dúvidas

“É uma tarde para se esquecer, mas que isso não se repita”. O técnico Claudinei Oliveira resumiu o impacto do que aconteceu em Recife. O Paraná Clube saiu atordoado de Recife após a pior atuação e a pior derrota de 2016. Uma paulada imposta pelo Náutico – 5×1 na tarde de sábado, na Arena de Pernambuco. Foi um jogo horrível do Tricolor, que deixou dúvidas quanto a real capacidade do grupo, alardeado pela diretoria como um dos melhores da Série B, mas que ao pegar um dos integrantes do G4 foi simplesmente atropelado.

Há algumas semanas, o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro criticou o que ele achou um recuo exagerado do time no empate com o Londrina. Para ele, o Paraná tinha um grupo superior à maioria dos times da Série B e que precisava ter uma postura “de time grande”. Em Recife esse grupo superior não foi visto. Foi sim o time que ainda tem carências técnicas e que quando perde jogadores importantes – Jean, Rafael Carioca, Lucas Otávio e Nadson não foram para o Nordeste – sente muito.

Além de alguns titulares que não convenceram ainda, como os dois zagueiros. Para muitos, Alisson está no mesmo nível de João Paulo e Pitty – se não for melhor. Mas os jogadores que vieram do São Bento foram escalados por conta do entrosamento e foram personagens de um show de horrores no sábado. Foram diretamente responsáveis pelos dois primeiros gols do Náutico, marcados por Renan Oliveira e Bergson, e nos outros eles apenas assistiram Jefferson Nem e Taiberson (duas vezes) finalizarem na cara de Marcos.

Mas o time todo foi mal em Recife – é possível tirar como exceção Robson, que correu o tempo todo e lutou muito, e os dois que entraram no segundo tempo, Diego Tavares e Henrique. Este reestreou e pode aos poucos virar titular, pois se acertou com Robson e vira uma opção inclusive para a substituição de Nadson no jogo de amanhã, às 19h15, contra o Goiás, na Vila Capanema.

Se dependesse de Claudinei Oliveira, um “plano B” já poderia ser usado. Mas o tempo curto entre os jogos da Segundona impede que isso aconteça. “Temos que criar alternativas sem esses jogadores e isso cabe a nós. Mas quando vamos montar uma estratégia? Jogamos sábado, viajamos domingo, fazemos um treino leve na segunda (hoje) e terça (amanhã) já tem jogo. Por isso a tentativa é de sempre manter ao máximo a estrutura que os jogadores conhecem”, admitiu o treinador.

O que é certo é que o Paraná é obrigado a dar uma resposta imediata para o torcedor – que viveu dias de emoção e esperança na semana passada, com festa, lançamento de camisa e apresentação de novo plano de sócios, mas que teve um choque de realidade com a goleada sofrida no sábado. E nada melhor que ter dois jogos em casa para chutar essa fase (cinco partidas sem vencer) pra longe. Além do Goiás amanhã, o Tricolor encara o Luverdense na sexta na Vila. “Temos que vencer os dois jogos”, finalizou Claudinei Oliveira.

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