Receita pronta

Crise dentro e fora de campo deixam Paraná Clube mais perto do rebaixamento

Tricolor só tem o que lamentar. Temporada foi uma sequência de erros que refletiram na péssima campanha no Brasileirão. Foto: Albari Rosa

A cada nova derrota do Paraná Clube no Campeonato Brasileiro, a crise interna se agrava. Lanterna da competição com a baixa soma de 16 pontos em 24 jogos e com apenas três vitórias conquistadas ao longo da disputa, o Tricolor se encaminha cada vez mais para o rebaixamento. Às vésperas de uma eleição no clube, que no próximo dia 25 vai decretar se Leonardo Oliveira permanece como presidente paranista por mais três anos, parece que os dirigentes acreditam que não há muito o que ser feito até o final da temporada. Isso porque mesmo diante de um turbilhão de problemas que estão sendo vividos, a diretoria prefere permanecer na inércia.

+ Leia mais: Paranautas pedem saída imediata de Rodrigo Pastana do Tricolor

O apelo por socorro vem sendo feito há algum tempo nas arquibancadas do Durival Britto. A torcida pede providências, mas não vem sendo ouvida. As reclamações recorrentes são em relação ao fraco elenco e à atuação do executivo de futebol, Rodrigo Pastana.

No último sábado (7), por exemplo, um grupo formado por cerca de 80 torcedores foi à Vila Capanema para acompanhar o treinamento do time e exigir mudanças. Barrados, os paranistas entregaram uma carta de repúdio, direcionada à diretoria, sobre o atual momento do Paraná Clube. O documento, em tom de exigência, pedia o desligamento de Pastana, assim como o de cinco jogadores: Caio Henrique, David, Mansur, Rayan e Carlos. O ‘manifesto‘, no entanto, foi ignorado.

Mas, mais do que ouvir a reclamação da torcida, o desempenho da equipe, de fato, vem deixando a desejar. E desde o início da temporada. Mesmo com mais dinheiro em relação ao ano passado, o elenco montado não rendeu, o que iniciou todo o fraco desempenho e, consequentemente, os protestos.

+ Também na Tribuna: Árbitro relata xingamentos de funcionários do Paraná Clube na súmula

O trabalho de Pastana no Tricolor teve início em dezembro de 2016 e o executivo foi o responsável por montar o elogiado elenco que trouxe o acesso depois de dez anos amargando a Série B. Porém, em todo o ano de 2018 até aqui, a história foi outra. As contratações do dirigente não deram liga. Foram 35 jogadores que chegaram ao Paraná desde o início do ano e pouquíssimos que corresponderam. A soma entre o dinheiro mal investido e o fraco desempenho dos atletas vindos ‘a rodo‘ foi desastrosa, com o time paranista sendo o mais frágil do Brasileirão.

Além de ter conquistado apenas três vitórias magras até aqui no Campeonato Brasileiro (2×1 em cima do Fluminense, e 1×0 diante de Bahia e América-MG), o time não conseguiu sequer comemorar os três pontos longe da Vila Capanema. Como visitante, conquistou somente um ponto em 11 partidas.

O clima negativo dentro do Paraná Clube fica cada vez mais evidente. Na última semana, um áudio de WhatsApp do lateral-esquerdo Igor criticando a atuação de Pastana foi divulgado entre torcedores. No desabafo gravado, o jogador fez uso de termos como “só fez merda este ano”, para referir-se ao executivo, e deu a entender que há muitos erros no clube. Ainda que tenha publicamente se desculpado, Igor deixou subentendido que existem muitos questões que precisam urgentemente serem resolvidas no Tricolor.

Confira a classificação completa do Brasileirão

Matematicamente, existe apenas 1% de chance do time se livrar da Série B. Ainda assim, o técnico Claudinei Oliveira não quer perder as esperanças. O treinador, que tem dois empates e quatro derrotas no comando do Paraná Clube, projetou com otimismo os próximos dois jogos, contra Grêmio e Atlético.
“Vamos continuar trabalhando, eu acredito. Não vim para cá para passear”, finalizou ele.

+ APP da Tribuna: as notícias de Curitiba e região e do Trio de Ferro com muita agilidade e sem pesar na memória do seu celular. Baixe agora e experimente!