Paraná teve um gol legítimo anulado

Em jogos anteriores a diretoria do Paraná Clube e principalmente o técnico Lori Sandri já haviam reclamado contra algumas arbitragens neste Campeonato Brasileiro. Só que desta vez, um erro capital do assistente Pedro Alcântara Campos ?roubou? da equipe dois pontos importantes nesta competição. É verdade que a carência de criatividade do Tricolor ficou evidenciada frente à Ponte Preta, mas um gol de Wellington Paulista, equivocadamente anulado, impediu a primeira vitória em casa do time de Lori Sandri.

A diretoria deve oficializar seu protesto contra o árbitro Alício Pena Júnior que, segundo os dirigentes, ?amarrou? a partida, e o bandeirinha Pedro Alcântara Campos. ?Ele já havia cometido outros erros e o impedimento que deu do Wel-lington, foi brincadeira. Nosso jogador estava em posição legal, com o último zagueiro da Ponte quase um metro à sua frente?, disparou o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro. Mesmo sabendo ser uma atitude vista como ?antipática?, o erro grosseiro não pode, na visão dos dirigentes, passar em branco.

?O ruim disso tudo é que o árbitro relata o que quer em súmula e jogadores, técnicos e dirigentes vão a julgamento. Quem julga esses caras??, indagou o superintendente de futebol Ricardo Machado Lima. ?Já que o Zveiter tem utilizado imagens de televisão para punir jogadores, acho justo que o mesmo procedimento fosse adotado aos árbitros, diante de erro tão claro como o de hoje?, sugeriu.

Lori Sandri, que já havia reclamado do que ocorrera no jogo anterior, quando, na sua visão, o árbitro Luiz Antônio Silva Santos ?tentou empatar o jogo, dando muitos minutos de acréscimos?, não esconde a preocupação. ?A gente é prejudicado aqui e ali e, no final, o peso desses pontos não somados é muito grande?, lembrou. O técnico, porém, não lamentou apenas o erro crasso do assistente. Para ele, a falta de opções criativas no meio-de-campo é que determinou o segundo empate em casa.

A diretoria concorda e a partir de hoje começa a acelerar contatos no sentido de qualificar o grupo com pelo menos mais três meias-armadores. ?Sabemos que precisamos desses jogadores, mas vamos trazer jogadores de qualidade. A política é a mesma: não adianta contratar por contratar?, frisou Vavá.

Até quarta-feira o clube deve anunciar a contratação do meia Maicossuel (Atlético Sorocaba), de apenas 19 anos. O empresário do atleta, o ex-atacante do São Paulo Lê, esteve reunido com a diretoria na última quinta-feira e as bases financeiras foram acertadas, com a LA Sports adquirindo um percentual do atleta.

Tudo igual no duelo dos artilheiros

De um lado Borges, do outro Roger. Paraná Clube e Ponte Preta confiavam mais que nunca em seus atacantes artilheiros, tanto que foram escalados sem companheiros na partida de sábado no Pinheirão. E, talvez pela igualdade de sistemas táticos, o jogo acabou ficando no 1×1 – um gol de Borges, outro de Roger. Mas o Tricolor deixou o campo reclamando com razão, pois o árbitro Alício Pena Júnior anulou um gol legal de Wellington Paulista.

No início da partida, dava dó ver Borges e Roger. Os dois atacantes ficavam isolados, enquanto muitos jogadores se aglomeravam no meio-campo – coincidência (ou não), ambos foram os únicos advertidos pela arbitragem no primeiro tempo. Paraná e Ponte Preta, além de jogarem com apenas um atacante, tinham somente um homem de criação – Thiago Neves do lado tricolor, Harison do lado da Macaca. E volantes e zagueiros sobravam, fazendo com que a partida se encaminhasse para muitas dificuldades, principalmente para os donos da casa, que buscavam o controle tático do jogo.

Aos poucos, o Paraná foi encontrando espaços – e, ao mesmo tempo, cedendo terreno para a Ponte. Borges começou a levar vantagem sobre os defensores adversários, mas do outro lado Roger aproveitava a atuação em linha da trinca de zagueiros do Tricolor. Para piorar, Thiago e Beto perdiam ótimas oportunidades – numa delas, Borges cruzou e o capitão paranista deixou a bola escapar.

Para deixar tudo igual, a Ponte também teve duas oportunidades: na primeira, Roger apareceu livre e chutou para fora; na segunda, Harison lançou e o artilheiro do Brasileiro não perdoou. Ele driblou Marcos e venceu Flávio (que estava com a camisa 12, porque a 1 era parecida com o uniforme da Ponte Preta). Dali em diante, o Paraná teve mais dificuldade para criar – com o resultado favorável, os visitantes se fecharam de vez. ?Nós temos que usar os lados do campo. Não temos jogadores de criação, e precisamos jogar pelas laterais?, explicou o técnico Lori Sandri, que ainda na primeira etapa sacou Rafael Mussamba e colocou Wellington Paulista.

E o atacante começou a mostrar serviço no início do segundo tempo, que parecia uma repetição exagerada do primeiro – o Paraná tentava chegar e a Ponte Preta era perigosa nos contra-ataques. Mas valia o esforço dos tricolores, e Wellington conseguiu bom passe para Borges, que fez jogada de centroavante – na entrada da pequena área, virou o corpo e tocou sem chances para Mário Aranha. Era o gol do empate.

Empolgado, o Paraná partiu para cima – já contando com Goiano, que entrou no lugar de Alex. E fez o segundo gol com Wellington Paulista, aproveitando o rebote de Aranha em chute de Vicente. Mas nem houve tempo para festejar: o gol foi erroneamente anulado pela arbitragem, que apontou impedimento do jogador tricolor. ?Ele anulou um gol legítimo do Paraná e para mim o lance da Ponte Preta foi irregular. Além disso, ele amarrou o nosso time?, atirou o vice-presidente José Domingos Borges Teixeira.

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