Paraná se mantém dentro do objetivo na reta final do brasileiro

O Paraná Clube retornou invicto e com dois pontos “na bagagem” após as duas primeiras partidas -de uma longa série de cinco jogos – fora de casa. Já são seis rodadas seguidas sem derrota, aumentando a confiança do grupo que ainda luta por uma das vagas à Copa Sul-Americana. Mesmo na 11.ª posição, a vaga hoje estaria assegurada. Como o Flamengo – que tem presença assegurada pela sua colocação no ranking da Conmebol – está logo à sua frente, o Tricolor se manteve no grupo que disputará a competição continental em 2004.

São seis clubes na briga direta por três vagas. Criciúma, Goiás, Paraná, Guarani, Corinthians e Vitória apertam o passo nestas últimas sete rodadas, com ligeira vantagem de catarinenses, goianos e paranaenses. O Figueirense, que vem logo atrás na tabela de classificação, corre por fora. As seqüências de jogos dos clubes é equilibrada, mas o Vitória tem contra si o fato de jogar ainda com quatro times que estão entre os cinco primeiros colocados, tendo também confrontos diretos com Guarani e Paraná. Estes duelos, entre adversários diretos à sul-americana, podem fazer a pontuação necessária para a classificação variar para cima ou para baixo.

Pedreira

O Tricolor tem compromissos difíceis pela frente – a começar com o jogo do próximo sábado, frente ao desesperado Grêmio -, mas pode facilitar seu caminho nos três jogos que disputará contra Criciúma, Corinthians e Vitória. Destes, enfrenta somente o rubro-negro baiano em casa. Com mais quatro vitórias, o Paraná garante sua segunda competição internacional (já participou da extinta Copa Conmebol, em 1999). Isso representa um aproveitamento de 57,14% nas rodadas finais do Brasileirão, abaixo dos 62,5% que o time apresenta nas últimas oito rodadas, desde a volta de Saulo de Freitas ao comando técnico (4 vitórias, 3 empates e 1 derrota).

Com mais 12 pontos, o Tricolor chegaria a 66 pontos, fechando sua participação com 47,83% de aproveitamento. Hoje, o 10.º colocado tem 47% de rendimento. A rigor, o Paraná estará na sul-americana se conseguir se manter à frente de Guarani, Corinthians e Vitória, que estão “na sua cola” na classificação geral. A vaga poderia estar mais próxima de Vila Capanema, não fossem os pontos perdidos para Atlético Mineiro e Vasco. O time esteve em vantagem no placar, mas cedeu empates nas duas ultimas rodadas. Curiosamente, até então o Paraná era o time com menor número de empates na competição.

Para Saulo de Freitas, o Paraná deve atingir seu objetivo com mais dez pontos, apostando nos diversos confrontos diretos que ocorrerão nas próximas rodadas. Com um foco bem definido, o Tricolor reinicia a maratona longe de sua torcida no sábado, em Porto Alegre, frente ao Grêmio. Terá pela frente um time pressionado pelo risco de rebaixamento (cada vez mais real) e comandado por Adílson Batista, que dirigiu o clube paranaense entre a 11.ª e a 18.ª rodadas. Até hoje, pairam suspeitas de que o relacionamento pouco amigável entre o técnico e os jogadores tenha sido o fator decisivo para a sua saída.

Cansaço foi causa do empate

Saulo de Freitas faz balanço positivo após mais dois empates, completando a maior seqüência invicta do clube na temporada. O treinador reconhece a projeção de vitória para o fim de semana, mas creditou ao cansaço a queda de produção contra o Vasco. “É natural que isso ocorra, pois foram apenas dois jogos em quatro dias, com viagens cansativas e gramados pesados”, afirmou.

Ele acredita que o time relaxou, inconscientemente, após fazer 2×0 em menos de cinco minutos. “É algo que não pode ocorrer, independente da condição do adversário. O Vasco tinha muitos garotos e jogaram com vontade”, comentou. O técnico lembrou que após a partida em Belo Horizonte, onde “a grama estava muito alta”, o Paraná teve pela frente três horas de aeroporto e o reflexo foi a queda de ritmo no jogo seguinte.

Aliado a tudo, o fato de jogar fora de casa também teve, na visão de Saulo, o seu peso. “Se estivéssemos em Curitiba, com vantagem de dois gols, nossa torcida empurraria o time”, lembrou. Como continuará jogando longe de sua torcida por mais três rodadas, Saulo quer aproveitar ao máximo a semana para recuperar o grupo fisicamente e melhorar o aproveitamento nos passes, fundamento que deixou a desejar no jogo em Florianópolis.

“Essas oscilações são naturais em um campeonato tão difícil. Mas, mesmo assim não perdemos e somamos dois pontos importantes nessa caminhada”, disse. A série de seis jogos sem derrota é ponto mais destacado pelo treinador, que segue com o melhor aproveitamento entre os quatro técnicos que trabalharam no clube ao longo deste Brasileirão.

Renaldo agora persegue marca histórica no clube

O campeonato brasileiro nunca foi tão longo. Iniciado em 29 de março, ele será encerrado apenas em 14 de dezembro. Ao final, terão sido nove meses de bola rolando. Nesse período, espera-se, terá aparecido o maior artilheiro da história da competição.

O recorde de gols em apenas um brasileiro pertence a Edmundo, que fez 29 gols pelo Vasco em 1997. Tentam quebrar esta marca o são-paulino Luís Fabiano, que tem 26, o goiano Dimba, 25, e o paranista Renaldo, 24.

Dos três envolvidos nessa corrida, dois já foram coroados como artilheiros do campeonato. Luís Fabiano dividiu o posto no ano passado com o gremista Rodrigo Fabri. Ambos marcaram 19 gols. Renaldo, por sua vez, chegou na ponta dos goleadores em 1996, quando jogava pelo Atlético Mineiro. Na ocasião, com 16 gols, ele empatou com outro jogador do Grêmio, Paulo Nunes.

Luís Fabiano está perto de ser o quarto jogador do time paulista a alcançar o topo da artilharia. Pedro Rocha (17, em 1972), Careca (25, em 1986) e Müller (10, em 1987) foram seus antecessores. Já o Goiás de Dimba teve o goleador-mor em 1989: Túlio, com 11 gols.

Mas se Renaldo superar seus rivais, não apenas será a primeira vez que o Paraná Clube fará o artilheiro. Será também um feito inédito para o futebol paranaense.

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