Paraná se entrega no final do jogo

O Paraná Clube segue a sua sina. Um mês após decepcionar sua torcida com uma péssima campanha no Paranaense, o time voltou a campo. A rigor, apenas uma cara nova e dez remanescentes do grupo que ficou em 12.º lugar no estadual. O resultado poderia ser até previsível, não estivesse o adversário cheio de desfalques e ainda abalado pela perda do título goiano. Mas no final o Goiás driblou as dificuldades e faturou o jogo: 2×0. O resultado frustrou os três mil torcedores que estiveram no Pinheirão, sábado, e já começam a ser assombrados por antigos fantasmas.

Não fosse a falta de pontaria, o Paraná Clube teria largado na frente no primeiro tempo. O time de Lori Sandri mostrou segurança defensiva e poder ofensivo. Tendo em Thiago Neves seu principal articulador, o Tricolor aplicou pressão sobre o adversário durante todo o primeiro tempo. O Goiás, descaracterizado sem as presenças de Paulo Baier e Jadílson, só arriscou em isolados contragolpes.

O volume de jogo ficou evidenciado pelo número de intervenções do goleiro Harlei, destaque do time goiano. A estratégia, pelo que produziu o time no primeiro tempo, deu resultado. Com a defesa arrumada, tendo em Da Silva um líbero eficaz, o Paraná se lançou ao ataque, explorando os constantes avanços dos alas Alex e Vicente.

Só que os gols não saíram e no intervalo o técnico Péricles Chamusca arrumou seu time. Com Acácio, inibiu as descidas de Alex. A partir da entrada de Fábio, aos 22 minutos, partiu para a conquista dos três pontos. A expulsão de Fernando Lombardi, aos 30 minutos, definiu os rumos da partida, em um lance que foi rotulado por Lori Sandri como ?suicídio?.

O Goiás partiu para a pressão. Avançou as linhas de marcação e num contra-ataque abriu o placar com o garoto Lei. Não houve tempo nem para assimilar o golpe. Aos 40 minutos, Lei fez a jogada pela direita e cruzou para Fábio, livre na área. O atacante não perdoou e definiu o placar: 2×0. O resultado pôs fim a um longo tabu, pois o Paraná jamais havia sido derrotado pelo Goiás jogando em Curitiba. Em compensação, o Goiás manteve o tabu de nunca perder em estréia em brasileiros. A mensagem ficou ainda mais clara. Sem reforços, a caminhada do Tricolor será árdua e não há como tirar, no momento, o clube da lista dos favoritos à degola.

Diretoria promte sete reforços

A semana promete ser decisiva para o Tricolor. A diretoria pretende definir nos próximos dias pelo menos mais sete reforços para ?fechar? o seu grupo para a seqüência do Brasileirão. A principal transação envolve jogadores do Ituano. Com o meia Joelson, por exemplo, o Paraná já acertou até bases salariais, mas falta a liberação do time de Itu.

?Não é fácil negociar com o Oliveira Júnior, mas acredito que obteremos êxito?, comentou o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro. Além de Joelson, 24 anos, o Tricolor também pretende contratar o meia Juliano (24) e o zagueiro Aderaldo (27). ?Caso a negociação evolua de forma positiva, podemos até trazer outros jogadores do Ituano?, disse Vavá. O Paraná, há tempos, sonha com os volantes Pierre e Wilson Matias. Isso sem contar o também volante Jonny.

Já para a segunda rodada, frente ao São Paulo, o Paraná deve promover as estréias de Parral (lateral-direito), Daniel Marques (zagueiro) e Borges (atacante).

CAMPEONATO BRASILEIRO
1ª. Rodada
Local: Pinheirão (Curitiba).
Árbitro: Paulo Henrique de Godoy Bezerra (SC).
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Marco Antônio Martins (SC).
Renda: R$ 29.167,00.
Público: 2.961 pagantes (3.552).
Gol: Lei a 37? e Fábio a 40? do 2º. tempo.
Cartões amarelos: Fernando Lombardi e João Paulo (Paraná). Júnior (Goiás).
Expulsão: Fernando Lombardi a 30? do 2º. tempo.

Paraná Clube 0x2 Goiás

Paraná
Flávio; Fernando Lombardi, Da Silva e João Paulo, Alex, Everton César, Beto, Thiago Neves (Wiliam) e Vicente; André Dias (Wellington Paulista) e Renaldo. Técnico: Lori Sandri.

Goiás
Harlei; Cléber, André Dias e André Leone (João Paulo); Vítor, Júnior, Tiago, Rodrigo Tabata e Jorge Mutt (Acácio); Lei e Juliano (Fábio). Técnico: Péricles Chamusca.

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