Paraná sai na frente, mas cede o empate

O Serra Dourada foi palco de um típico ?jogo de dois tempos distintos?. Após uma atuação brilhante na primeira etapa, o Paraná sofreu com as circunstâncias e pôde comemorar o empate em 1×1 com o Goiás ontem, em Goiânia. O resultado leva o time aos 38 pontos e consagra a maior série invicta do Tricolor em campeonatos brasileiros – dez partidas, com cinco vitórias e cinco empates, superando as campanhas de 1995, 96 e 2003.

A diretoria do Goiás esperava ter um bom público no Serra Dourada, mas os torcedores não compareceram em grande número. O Paraná não tinha Borges, e contava com uma boa atuação de Wellington Paulista – que poderia considerar o jogo de ontem como uma ?nova estréia?. Outro que pretendia mostrar serviço era Edinho, que voltava à equipe depois de bom tempo escondido na reserva de Vicente.

Os dois não foram brilhantes, mas foram bastante eficientes no primeiro tempo tricolor. Foram 49 minutos quase perfeitos, não fosse a infantil expulsão de Beto aos 47. De resto, o Paraná soube marcar as principais peças do Goiás (Paulo Baier, Rodrigo Tabata e Jadílson), não se intimidou e criou oportunidades de gol, aproveitando a presença de Wellington e André Dias na frente. Explicava-se em campo a opção de Lori Sandri por dois atacantes – a intenção era ?prender? zagueiros e volantes dos donos da casa, diminuindo o espaço e controlando as ações do jogo.

Com tranqüilidade, o Paraná soube avançar gradativamente, e marcou seu gol em uma jogada emblemática – falha da defesa do Goiás, André Dias roubou a bola e foi derrubado por seu xará (o ex-zagueiro tricolor). Na cobrança da falta, Neto colocou com perfeição no ângulo superior direito de Harlei, marcando um belíssimo gol. Flávio fez boas defesas, mas foi o Tricolor quem teve mais chances de ampliar o placar.

A partida ganhou outra característica com duas situações. Flávio sentiu dores na coxa e teve que ser substituído por Darci, seu ?ex-desafeto?. E logo depois Beto cometeu duas faltas consecutivas e foi expulso. Assim, Lori Sandri foi forçado a tirar Wellington Paulista e colocar o jovem Xaves para recompor o setor de marcação, enquanto Geninho empurrava o Goiás para o ataque.

E o segundo tempo não poderia ter outra constante: Goiás no ataque, Paraná na defesa. O Tricolor chegava apenas em contra-ataques puxados por Neto e André Dias, os dois melhores da equipe. Mas a pressão era muito forte e o empate foi inevitável. E, numa dessas coisas que só acontecem no futebol, o gol dos donos da casa foi quase igual ao paranista -uma falta no bico da grande área, cobrada pelo camisa 2 (Paulo Baier) no ângulo superior direito.

Daquele momento, aos 25 minutos, até o final do jogo, o Paraná lutou bravamente para segurar o empate. E conseguiu isto, tendo até chance para vencer o jogo – Edinho manchou seu retorno ao tentar enfeitar um lance claro de gol e perdê-lo. O Tricolor agora parte para sua segunda partida da série de cinco fora de casa, domingo, contra o São Paulo, em Maringá.

Empate é bem recebido pelo grupo

O Paraná não reclamou da sorte e sim comemorou a competência. Com um a menos por mais de um tempo, o time de Lori Sandri conseguiu segurar o ímpeto do Goiás, comprovando novamente a ótima fase dos defensores. E o resultado de 1×1, apesar de não ser o esperado, foi considerado interessante para a equipe, que segue próximo da liderança.

Para o zagueiro Aderaldo, era natural a pressão dos goianos no segundo tempo. ?A gente perdeu o Beto, que é um grande jogador e ajuda muito a gente na marcação. No momento que nós ficamos com um a menos, o Goiás veio com tudo?, resumiu. ?Acho que nós fizemos tudo, mas não conseguimos manter a vitória. Mas pela situação do jogo, é um ponto muito importante?, concordou o também zagueiro Daniel Marques, outro destaque no Serra Dourada.

A preocupação de Lori, agora, está nos desfalques certos da equipe. O goleiro Flávio, que sentiu uma forte fisgada na coxa, será melhor avaliado hoje, mas já está vetado para a partida contra o São Paulo, domingo, no Willie Davids. ?Pela primeira avaliação, ele teve uma lesão muscular, e se for confirmado vai tirá-lo por quinze a vinte dias?, contou o médico Júnio Chequim. Outro jogador fora da partida do final de semana é André Dias, que levou o terceiro amarelo -assim, o treinador paranista fica com pouquíssimas opções ofensivas, pois no início da semana já perdeu Borges, negociado com o Betis. A diretoria confirmou ontem o interesse no atacante Wando, do Vila Nova, e no zagueiro Rôni, do Caxias, e também as sondagens para a transferência de Rafael Muçamba para o exterior.

CAMPEONATO BRASILEIRO
2º Turno – 22ª Rodada
Em campo
Local: Serra Dourada (Goiânia-GO)
Árbitro: Cléber Wellington Abade (SP)
Assistentes: Marinaldo Silvério (SP) e Nilson de Souza Monção (SP)
Gols: Neto 19 do 1º; Paulo Baier 25 do 2º
Cartões amarelos: Jadílson, André Dias, Danilo Portugal (GOI); Beto, Aderaldo, André Dias (PR)
Cartão vermelho: Beto
Renda: R$ 74.978,75
Público: 7.892 (6.406 pagantes)

GOIÁS 1×1 PARANÁ CLUBE

Goiás
Harlei; André Dias, Rogério Correia e Júlio Santos (Jorge Mutt); Paulo Baier, Cléber Goiano, Danilo Portugal, Rodrigo Tabata e Jadílson (Luciano Almeida); Danilo Dias e Romerito (Fábio). Técnico: Geninho

Paraná
Flávio (Darci); Daniel Marques, Marcos e Aderaldo; Neto, Rafael Muçamba, Beto, Mário César (Thiago Neves) e Edinho; André Dias e Wellington Paulista (Xaves). Técnico: Lori Sandri

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