Sinval pede atitude aos companheiros
para vencer o Atlético-MG.

Pela primeira vez sob o comando de Gilson Kleina o Paraná Clube repetirá a mesma formação neste campeonato brasileiro. Isso só havia ocorrido nas duas primeiras rodadas com a direção de Paulo Campos e lá se vão três meses. Apenas uma evidência de um time ainda em formação. Entre os titulares que iniciaram a competição, quatro sequer permanecem no grupo e outros três estão, hoje, na suplência. O “novo” tricolor, com uma postura mais ousada, busca hoje a sua primeira “dobradinha” neste Brasileirão.

Embalado pela vitória sobre o Paysandu, o Paraná tenta agora a sua primeira vitória fora de casa, às 20h30, no Mineirão, frente ao Atlético Mineiro. Mais um jogo “de seis pontos”, que pode representar um distanciamento significativo da temida “zona de rebaixamento”. Sabendo que para uma campanha marcante não basta somar pontos em casa, Gilson Kleina mantém uma postura ousada, com dois meias criativos e dois centroavantes. A estratégia é surpreender o Atlético, impondo um ritmo forte já no início do jogo, mas com uma participação coletiva no bloqueio ao adversário.

A proposta é simples: marcar forte ficando atrás da linha da bola quando atacado, mas com opções para contragolpes em velocidade. É aí que entra a qualidade dos meias Cristian e Canindé. “Estamos conseguindo um melhor entrosamento, pois só fizemos um jogo. Mas, neste campeonato é assim mesmo. Sem tempo para treinar, o jeito é acertar com a bola rolando”, comentou Cristian. Com sua entrada, a equipe ganhou em dinamismo e até o futebol de Canindé cresceu. Melhor para os atacantes que voltaram a marcar gols e, agora, perseguem derrubar outros “tabus”.

O Paraná é um dos poucos clubes, além dele, apenas o Paysandu, que não venceram fora de seus domínios. Em nove jogos, foram quatro empates e cinco derrotas. Pior: o time só marcou quatro gols na condição de visitante (dois de Axel, um de Beto e outro de Fernando). Nos três jogos sob direção de Kleina, um empate e duas derrotas (sem marcar um gol sequer). “Vamos acreditar que a eficiência do último jogo não tenha sido ao acaso e sim o início de uma nova etapa”, comentou o atacante Sinval. “Para ser vencedor, o time deve ter atitude também fora de casa. Sabemos de nossas limitações e por isso devemos atuar com inteligência para que não sejamos previsíveis”, alertou.

O treinador focou a preparação da equipe na necessidade de que haja uma compactação do time. Com meias e atacantes recuando sempre que o adversário estiver com a posse da bola. “Assim, vamos ter equilíbrio, pois, com a bola no pé, temos qualidade de sobra para agredir o Atlético”, disse Gilson Kleina. Ele vê um grupo mais organizado e mobilizado com a competição. “Faltam ajustes, mas estou vendo evolução, o que é importante neste momento em que há pouco tempo para treinar”, explicou. Uma atuação convincente, hoje, representará a definição mesmo que tardia de um time-base para a seqüência do Brasileirão.

Canindé aposta no bom gramado e sua posição

Principal reforço tricolor para o Brasileirão, o meia Canindé reconhece que seu futebol ainda “não decolou”. Ele faz hoje, em Minas, sua sexta partida com a camisa tricolor. “Creio que estou evoluindo, assim como o time. Mas, sei também que ainda não consegui repetir aqui o que fiz no paulista”, disse.

Canindé evitou usar o fato como “desculpa”, mas admite que não é fácil jogar no Pinheirão. “O piso está muito ruim. A bola pula demais e é difícil conseguir driblar em velocidade, justamente o meu forte”, explicou. “Mas, tenho que superar isso também, pois o Paraná precisa de meu futebol para subir neste Brasileiro”. Inicialmente atuando como segundo atacante, Canindé faz hoje a sua segunda partida na sua real posição. “Rendo mais vindo de trás e aos poucos vou me entrosando melhor com o Cristian e os atacantes”, disse.

“Já joguei no Mineirão e no Serra Dourada. Os gramados são muito bons e estou confiante em duas ótimas apresentações, para mim e para o time”, finalizou Canindé.

Retrospecto é desfavorável

O Paraná Clube tem um tabu a perturbá-lo na história dos confrontos contra o Galo. Até aqui, nos jogos disputados em Belo Horizonte e válidos pelo Brasileiro, o Tricolor nunca venceu: foram quatro derrotas e um empate. Fora do 2 a 2 no ano passado, o Paraná sempre perdeu por pelo menos dois gols do alvinegro em Minas: 3 a 1 (1996), 3 a 0 (1998), 4 a 0 (2001) e 4 a 1 (2002).

Os dois times foram adversários em outras três vezes, na Copa do Brasil e na extinta Copa Sul-Minas. Nesta última, o Paraná conseguiu a única vitória em Belo Horizonte, por 1 a 0, em 2000. No mais, um empate por 1 a 1 (1998) e uma outra derrota dos curitibanos, por 2 a 1 (2002).

CAMPEONATO BRASILEIRO
19ª Rodada
SÚMULA
Local: Mineirão (Belo Horizonte).
Horário: 20h30.
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (RS).
Assistentes: Marcelo Oliveira e Silva (RS) e Júlio César Rodrigues Santos (RS).
TV – Net, Canal 75

Atlético-MG x Paraná Clube

Atlético-MG
Danrlei; Márcio Araújo, Gaúcho, Adriano e Rubens Cardoso; Emerson, Zé Luís, Renato e Juninho; Alex Mineiro e Márcio Santos (Quirino). Técnico: Jair Picerni.

Paraná Flávio; Cláudio, Fernando Lombardi, Gélson Baresi e Vicente; Axel, Gilmar, Cristian e Canindé; Galvão e Sinval. Técnico: Gilson Kleina.

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