Paraná quer o Pinheirão cheio para desbancar o Cruzeiro

O Paraná Clube completou no sábado nove jogos de invencibilidade, igualando a sua melhor marca, obtida nas temporadas 95/96. É o recorde do Tricolor em uma única edição de Campeonato Brasileiro. A série anterior de jogos sem derrota ocorreu na somatória de duas competições (sete jogos em 1995 e dois em 1996). A quinta vitória fora de casa deixou o time de Saulo de Freitas bem perto de uma das vagas à Copa Sul-Americana.

Confiante na qualidade do grupo, a diretoria já começa a pensar no ano que vem e a articular as renovações dos contratos de seus principais jogadores. Na empolgação do resultado obtido frente ao Criciúma ao lado do Guarani, um de seus principais concorrentes os dirigentes lançaram, ainda no vestiário da Ressacada, a “Operação Raposa”. Um resultado positivo diante do líder Cruzeiro, no próximo dia 23 de novembro, praticamente “carimbaria” o passaporte do Tricolor à Sul-Americana e daria novo ânimo à competição em sua reta final.

O presidente Enio Ribeiro confirma que o projeto é “segurar esse time” para a disputa da segunda competição internacional da história do clube. O primeiro passo, nos cálculos do dirigente, é colocar 30 mil torcedores no Pinheirão e assim garantir o “caixa” necessário para que o clube encerre o ano sem dívidas e ainda com uma reserva de caixa para os primeiros meses de 2004. Paralelamente a este retorno nas bilheterias, Ribeiro sabe que a inclusão do Tricolor no Clube dos 13 é fundamental para o crescimento da estrutura do Paraná.

Entre os primeiros colocados do Brasileirão, somente Paraná e São Caetano não integram a associação que comanda toda a divisão de patrocínios ligados ao Campeonato Brasileiro. “Não tenho dúvida de que a partir do momento em que tivermos uma receita mais significativa, vamos incomodar muito time grande. É só ver o que foi feito nesta temporada, com uma cota muito menor que a de nossos rivais”, ponderou o presidente tricolor.

Ribeiro ainda não confirmou ser candidato à reeleição (para um terceiro mandato), mas não descarta a possibilidade. Para não repetir erros passados, assuntos ligados ao pleito estão sendo deixados à margem do dia-a-dia do Paraná. “Em 99, nos concentramos demais em reformas estatutárias e o resultado foi o rebaixamento”, lembra Ribeiro. Desta vez, a diretoria pensava em não tratar do assunto antes da confirmação matemática da permanência na Série A.

“Só que, quando isso ocorreu, ficamos próximos da Sul-Americana. Então, é pensar nestas rodadas finais e depois definir o futuro político do clube”, comentou. Com duas semanas para promover o jogo frente ao Cruzeiro, que marca a volta do Paraná ao Pinheirão, a aposta é em casa cheia e no melhor público do clube na competição, equilibrando a receita, duramente afetada pela seqüência de jogos fora de Curitiba. O Tricolor não atua na capital desde o dia 19 de outubro, quando goleou o Inter (4×0), no Couto Pereira.

Show de Valentim e Caio

Na medida. Com um futebol de alta qualidade, o Paraná Clube venceu o Criciúma (2×1), em Florianópolis, sábado, e abriu quatro pontos de vantagem sobre o seu principal concorrente na disputa de uma vaga à Copa Sul-Americana. Caio não economizou nos dribles, Renaldo fez mais um, mas o principal destaque foi o lateral-direito Valentim. O resultado assegurou ao Tricolor a 9.ª colocação do Campeonato Brasileiro.

Após superar momentos de indecisão de sua zaga no início da partida, o Tricolor assumiu o controle das ações. Porém, o toque final não ocorria e com isso a bola não chegava com qualidade para o artilheiro Renaldo. O Criciúma, então, tirou proveito da bola parada e Dejair abriu o placar aos 16 minutos. O atacante acertou o ângulo direito, sem dar chance para o goleiro Darci.

Sem alterar seu posicionamento, o Paraná teve a chance do empate também na cobrança de uma falta. Marquinhos bateu mal. Aos 22 minutos, Caio reclamou pênalti em uma disputa de bola com o zagueiro Léo Oliveira. A partir daí, o Criciúma cresceu de produção, explorando os sucessivos erros do Tricolor.

Com velocidade nos contragolpes, o time catarinense só não ampliou com Douglas e depois com Dejair devido à presença de Darci, com duas grandes intervenções. O goleiro ainda contou com a sorte, aos 37 minutos, quando Dejair avançou livre – a zaga parou pedindo impedimento – e finalizou para fora.

Curiosamente, o empate saiu no momento em que o Paraná diminuiu seu ritmo. Fernandinho cobrou escanteio, aos 42 minutos. O goleiro Fabiano soltou a bola e Ageu só teve o trabalho de escorar, de cabeça, para marcar seu 5.º gol no Brasileirão. No último minuto, Renaldo antecipou-se ao seu marcador e quase “virou” o placar, mas cabeceou para fora. Era um indício do que o Tricolor preparava para a etapa complementar.

Com uma postura agressiva, o Paraná encurralou o adversário. Valentim e Caio, mais uma vez, foram os destaques da equipe de Saulo de Freitas. Eles criaram uma ótima chance aos 17 minutos, quando Valentim chegou a mandar para a rede, mas foi flagrado em impedimento. Na pressão, o Tricolor definiu a “virada” aos 25 minutos. Renaldo foi derrubado na área e ele mesmo cobrou o pênalti, com a precisão de sempre. Foi o 27.º gol do artilheiro da competição. A partir daí, foi administrar o resultado e a invencibilidade de nove jogos.

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