Paraná põe o Vitória na roda

O Paraná Clube soube aproveitar muito bem o péssimo momento que atravessa o time do Vitória neste Brasileirão e goleou a equipe baiana por 3 a 0, ontem, no Estádio Barradão, em Salvador. Foi a segunda vitória paranista fora de casa na competição. Com o resultado, o clube paranaense ocupa agora a 9.ª posição na tabela de classificação, com 31 pontos em 21 jogos. A vitória tricolor diminuiu a vantagem baiana no confronto entre as equipes pelo campeonato brasileiro. Agora, em 10 jogos, são três vitórias paranistas contra quatro do Vitória e três empates.

O excelente resultado aumenta a perspectiva do torcedor tricolor e do técnico Saulo de ver sua equipe chegar ao término do turno entre os oito primeiros colocados do campeonato. Ao que parece não será um tarefa tão difícil, pois ainda restam dois jogos para o Tricolor nesta primeira fase do campeonato brasileiro, contra Criciúma e Corinthians, ambos em casa.

Após perder o técnico Edinho, no último sábado, por problemas contratuais, e sofrer intensa pressão da sua diretoria, que cobra melhores resultados, o Vitória entrou em campo extremamente afetado psicologicamente. Ciente disso, o Paraná iniciou a partida bem posicionado defensivamente e com o intuito de explorar os contra-golpes.

A tática ajudou, mas diante do visível domínio tricolor desde o começo do jogo, seria mais adequado ressaltar que ela seria até dispensável, ou seja, contra-ataque mesmo só da equipe baiana. As chances para o Paraná Clube iam surgindo sucessivamente. O quadrado formado por Caio, Marquinhos, Renaldo e Maurílio funcionava com eficiência e a equipe conseguia conciliar com perfeição o setor defensivo e ofensivo.

Mesmo com o ataque criando boas e constantes oportunidades, quem abriu o placar foi o zagueiro Ageu, cobrando falta, aos 33 minutos da etapa inicial. Ele mandou uma bomba indefensável da intermediária e o goleiro Juninho, do Vitória, nem viu por onde entrou. No primeiro tempo, se não fosse a lentidão de Maurílio em alguns lances, o placar poderia ser mais elástico.

Rolo compressor

A pressão paranista continuou a mesma na segunda etapa. Após sofrer um susto inicial numa bobeira defensiva que Ávalos acabou consertando, o time tomou novamente o controle da partida e partiu para o ataque. Logo, esse esforço ofensivo foi recompensado. Aos 12 minutos, Maurílio recebeu na entrada da área e rolou na direita para Valentim. O lateral foi ao fundo e cruzou para Renaldo que, de primeira, aumentou a vantagem paranista.

A esta altura a situação do Vitória era desesperadora. O pouco público presente no Barradão só se preocupava em vaiar a equipe e xingar toda a diretoria da equipe. O Paraná clube continuava no mesmo ritmo e, aos 23 minutos, Marquinhos sacramentou o placar. Maurílio recebeu a bola e tocou para Marquinhos. Ele dominou, tabelou com Renaldo, invadiu a área e fuzilou o goleiro Juninho.

Ataque tricolor vira um rolo compressor

Os três gols assinalados ontem, diante do Vitória, no Estádio Barradão, em Salvador, serviram para o Paraná Clube consolidar seu ataque com um dos melhores deste campeonato crasileiro. O clube paranaense soma agora 42 gols e já é o segundo mais eficiente do Brasileirão, ao lado do São Paulo. O melhor até o momento é o do líder Cruzeiro, com 50.

Como parâmetro vale ressaltar a média de gols do clube paranaense na competição. Com 42 gols em 21 partidas, o Tricolor possui um média de dois gols por jogo, a maior em toda a sua história de participações em campeonatos brasileiros. Antes disso, a maior média de gols tricolor numa edição do Brasileirão foi no ano passado. Em 2002, o Paraná marcou 37 gols em 25 partidas, o que lhe rendeu uma média de 1,48 gol por partida.

O que chama a atenção é que os gols do Tricolor não se concentram em apenas um artilheiro, como ocorre na maioria das equipes. O time paranaense, por exemplo, possui dois artilheiros, Marquinhos e Renaldo, ambos com nove gols. Outro fator peculiar e fundamental para o número excessivo de gols foram os triunfos obtidos pelo Paraná neste campeonato. Das nove vitórias do Tricolor na competição, nenhuma foi obtida com menos de três gols. Algumas delas históricas, como o 6 a 2 sobre o Flamengo, no Estádio Pinheirão, e o 4 a 1 sobre o Vasco, em São Januário.

Já a defesa…

Se no ataque tudo é só alegria, na defesa a situação preocupa. A zaga tricolor já sofreu 35 gols neste 21 jogos do Brasileirão. Isso proporciona uma média negativa de 1,66 gol sofrido por partida, uma das piores do clube em brasileiros. A pior defesa do Paraná Clube no Brasileirão foi em 1998. Naquele ano, os 41 gols sofridos em 23 jogos, proporcionaram a indesejável média de 1,78 gol sofrido por partida.

Voltar ao topo