A diretoria do Paraná fez alguns contatos, mas ainda não definiu seu treinador para a seqüência da temporada. O ex-técnico da seleção brasileira sub-23, Ricardo Gomes, chegou a ser sondado, mas a negociação não evoluiu. A lista de possibilidades é extensa, mas os dirigentes agem com cautela para não “errar o tiro”. O objetivo é trazer um profissional capaz de levar o Tricolor a uma campanha similar à do ano passado (o clube ficou em 10.º lugar e garantiu vaga na Copa Sul-Americana).
Ricardo Gomes conversou ontem com o presidente José Carlos de Miranda e explicou que está acertando sua transferência para o exterior. Além disso, já foi contatado pelo Goiás, que tem preferência caso o técnico decida permanecer no Brasil. No mesmo ritmo em que as especulações surgem, os nomes são descartados. Zetti seria, hoje, o nome mais cotado entre os integrantes do departamento de futebol, mas o técnico está envolvido com as finais do Paulistão e não quer conversar sobre seu futuro neste momento.
Apenas Durval Lara Ribeiro permaneceu em São Paulo para novas sondagens e contatos com possíveis reforços. Durante as últimas semanas, os “olheiros” do Paraná acompanharam de perto pelo menos três jogos de cada equipe do interior paulista. A partir daí, uma relação com 37 nomes foi encaminhada à diretoria, que agora tenta as contratações. Vavá pretende retornar deste giro pelo interior de São Paulo com alguns reforços contratados. “Quero voltar já com alguns contratos assinados. Fomos muito mal no paranaense, mas no Brasileirão será diferente”, prometeu o dirigente tricolor.
Ribeiro já teve contatos preliminares com cinco jogadores desde anteontem e não tem previsão para voltar a Curitiba. “Os contatos tem sido muito bons. Os jogadores que estão sendo sondados são de nível superior à equipe do ano passado”, garante.
Neguinho não mexe no esquema, mas muda o time
O técnico-interino Édson dos Santos não irá alterar radicalmente a estrutura do time. O Paraná Clube vai para “tudo ou nada” diante do Grêmio Maringá – sábado, às 15h30, na Vila Capanema – com o mesmo esquema tático utilizado até aqui. O treinador desistiu do 3-5-2, mas alterou algumas peças em posições estratégicas. Alex e Éverton foram “barrados” e Neguinho aposta num meio-de-campo mais coeso. O Tricolor terá uma postura ofensiva, marcando sob pressão e priorizando a “segunda bola”.
Para assegurar essa eficiência, o posicionamento de alguns jogadores foi modificado. Wiliam foi avançado para o setor de criação, deixando a proteção à zaga com João Vítor e Alexandre. Inicialmente, Neguinho chegou a estudar a possibilidade de utilizar João Vítor na zaga, mas o rendimento do time melhorou com o jogador posicionado como cabeça-de-área. A mudança foi conseqüência do retorno confirmado de Gélson Baresi, recuperado da lesão que o tirou das últimas três partidas do Tricolor.
Com o remanejamento, Athos terá maior liberdade no ataque, ao lado de Fábio Oliveira e com a constante aproximação de Jean Carlo. No teste de campo, a mexida surtiu efeito. Os titulares conseguiram bom volume ofensivo no treino tático de ontem pela manhã e a mesma formação foi utilizada no trabalho da tarde. Nesta atividade, Neguinho deu ênfase aos lances de bola parada (faltas e escanteios). Só que no final do treino, Athos sofreu uma contusão e é dúvida.
Ao dar um drible em Anderson, o atacante levou um pisão por trás, o que resultou em uma torção de tornozelo. Athos deixou o campo carregado pelos massagistas, mas a lesão não foi tão séria quanto se imaginou no momento. “O local não inchou tanto e a tendência é que ele esteja recuperado até o momento do jogo”, disse o médico Júnio Chequim. Cauteloso, Neguinho deixou no ar algumas opções para a eventual ausência de Athos. Como a proposta de jogo é atacar desde o primeiro minuto, Cacau seria a alternativa mais provável. Alex e Éverton, que não vivem bom momento, correm por fora.


