Paraná já fez proposta para renovar com Comelli

Vinte e um jogos em pouco mais de três meses. Este foi o tempo gasto pelo técnico Paulo Comelli para vencer a desconfiança, tirar o Paraná Clube do fundo do poço e exorcizar o fantasma do descenso que acompanhou o clube ao longo de praticamente toda a Série B.

Na prática, os números expressivos fazem a diretoria “apertar o passo” para tentar assegurar a sua permanência para a temporada 2009. Um impasse que só será definido no início da próxima semana.

O presidente Aurival Correia preferiu não esperar a reunião de diretoria – programada para hoje à noite – e antecipou uma proposta de renovação ontem pela manhã.

“Queremos a continuidade do trabalho desenvolvido nos últimos meses e fizemos uma oferta dentro da nossa realidade financeira”, confirmou o dirigente, sem citar números. A linha dura em relação ao orçamento para 2009 indica que esta oferta seria para a simples renovação do atual contrato, sem reajuste financeiro.

Este pode ser apenas o primeiro obstáculo para a permanência de Comelli, que já recebe o assédio constante de várias equipes do interior paulista, onde possui amplo mercado. Noroeste e Mogi-Mirim seriam alguns “adversários” do Paraná na disputa pelo treinador.

Paulo Comelli, se nunca foi uma unanimidade para o torcedor tricolor, precisou de pouco tempo para conquistar a confiança da diretoria, dos integrantes do departamento de futebol e do elenco. Aliás, o grupo foi reformulado sob as orientações expressas do técnico.

As novas diretrizes asseguraram uma guinada na competição, tirando o clube do caminho certo para a Terceirona. De quebra, Paulo Comelli entrou no grupo dos técnicos com melhor aproveitamento em campeonatos brasileiros por pontos corridos.

Desde 2003, quando as competições da CBF passaram a adotar a fórmula que premia a regularidade, catorze treinadores passaram pela Vila Capanema. Com rendimento de 50,79%, Comelli só está atrás de Caio Júnior, que em 2006 – na Série A, é claro – levou o Tricolor à Libertadores.

Caio Júnior é também o técnico que mais vezes comandou o Paraná em jogos do Brasileirão (38 jogos), sendo o único a dirigir o clube do início ao fim de uma temporada. Nos últimos anos, justamente no período em que o Tricolor conviveu com maiores dificuldades, o rodízio de treinadores foi constante.

Ano passado, na trajetória que culminou com a queda para a Segundona, o Paraná teve cinco treinadores. Entre eles, Zetti, que tem aproveitamento máximo, mas só dirigiu o clube em dois jogos. Este ano, na Série B, o clube teve três treinadores.

A renovação com Comelli seria um indicativo de que o clube pretende trilhar um caminho mais estável, planejando desde já 2009. Aliás, esta é uma das exigências do treinador, que além do acerto financeiro quer da diretoria a certeza de que poderá montar um grupo competitivo.

Capaz não só de brigar pelo título estadual como também lutar pelas primeiras colocações da Série B, visando ao acesso. Os próximos dias darão o indicativo dos rumos que o Paraná Clube pretende tomar no ano que vem.

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