Paraná fecha com o zagueirão Gélson Baresi

O ?xerife? do Paraná Clube já se apresentou. Gélson Baresi será o comandante da zaga tricolor na temporada 2004. Com muitos títulos na carreira e experiência internacional, o zagueiro é o sétimo reforço contratado para a disputa do campeonato paranaense. Baresi retorna a Curitiba esperando repetir os bons momentos de Coritiba, onde jogou em 1998. Mais experiente, sabe que será uma referência para jovens valores, como Fernando Lombardi, Juliano e João Vitor.

Líder por natureza, Gélson se destacou muito cedo e com apenas 19 anos já era capitão do Flamengo, onde conquistou o campeonato brasileiro. Baresi também levantou o troféu da Libertadores da América pelo Cruzeiro e então veio para o Coritiba. Jogou ainda no Fluminense e no Atlético Mineiro antes de se transferir para o futebol português. Foram quatro anos no Vitória de Setúbal e agora ele retorna ao Brasil.

O pedido de esposa e filhos pesou na decisão de Gélson Baresi, que tinha ainda propostas de Portugal e da França. ?Estou apostando nesta volta a Curitiba, onde fui muito bem acolhido há seis anos?, comentou o jogador. Um imprevisto atrasou sua chegada ao Aeroporto Afonso Pena. Ao se dirigir ao Galeão, Gélson bateu o carro e com isso só conseguiu se apresentar às 21h. Baresi garante estar em plena forma – jogou toda a temporada 2003 – e pronto para iniciar os treinamentos no novo clube.

O desafio de ser uma das novas peças de um grande ?quebra-cabeça? (afinal o Paraná trocou toda a equipe) não o intimida. ?Sei que tenho muito a ensinar, mas também a aprender com estes garotos do Paraná?, disse. Aos 29 anos, Gélson trocou informações com a diretoria antes do acerto e entende que as atuais dificuldades financeiras não são exclusividade do Tricolor. ?O mercado não está fácil. O que sei é que o Paraná está se armando e vamos ter um time competitivo, aliando experiência e juventude?, assegurou.

Goleador

Solucionado o problema defensivo, a diretoria parte em busca do ?homem-gol?. Leonardo Manzi chegou a Curitiba por volta das 18h e esteve reunido com os dirigentes paranistas. O atacante de 34 anos, que tem no cabeceio e na presença de área suas principais virtudes, disse que a negociação está bem adiantada. Há, porém, alguns pontos a serem ?amarrados?. Além da questão salarial, que está sendo ajustada, o clube também quer garantias na questão que envolve a suspensão do atleta.

?Só aproveitamos sua passagem por Curitiba – já que ele está indo a Caxias – para mais uma rodada de conversações?, explicou o vice de futebol José Domingos. O nosso contato ainda foi muito superficial e por isso não podemos apresentá-lo como jogador do Paraná?, explicou. Se houver algum risco da suspensão do atleta – pego no anti-doping por uso de anabolizantes – não expirar no dia 21 de fevereiro, o clube não levaria a negociação adiante.

A diretoria evitou aprofundar explicações sobre esta contratação, uma vez que Leonardo Manzi ainda precisa conseguir sua liberação junto ao Juventude. Nas entrelinhas, porém, Manzi, antes mesmo da reunião com os dirigentes, já falava como jogador do Paraná. ?Estou feliz com essa oportunidade e sei que a responsabilidade de substituir o Renaldo é grande. Ele fez um ótimo campeonato brasileiro?, disse o centroavante.

Fernando Miguel tenta se ?livrar? na Justiça

O Paraná Clube ainda não foi notificado, mas sabe que o ?caso? Fernando Miguel renderá alguns episódios na Justiça do Trabalho. O atleta entrou com ação pedindo o fim do seu vínculo com o Tricolor -com quem tinha contrato até janeiro de 2005 -para poder se transferir para outro clube. Internacional e Vasco da Gama disputam o volante.

O novo presidente do clube, José Carlos de Miranda (que toma posse hoje à noite), garante que desta vez o Paraná irá lutar por seus direitos nos tribunais. ?É diferente da situação do Émerson. Como não tínhamos interesse no jogador, a situação foi até facilitada na audiência de reconciliação?, comentou Miranda. ?Já em relação ao Fernando, investimos muito neste atleta e vamos lutar para que o quadro se reverta?.

Ainda buscando uma maior interação sobre assuntos relativos ao departamento de futebol, o novo presidente não soube precisar se há verdade nas alegações de Fernando Miguel. O volante busca a ?liberdade? embasado em atrasos salariais e o não depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. ?O que nos causa estranheza é a rapidez com que liminares são conseguidas e audiências marcadas?, disparou Miranda.

Nos últimos anos, muitos jogadores do Paraná buscaram o caminho da Justiça. Há ainda muitos casos pendentes, como o de Milton do Ó, que está atuando na Turquia sob liminar, mas sua situação permanece sub judice. ?Curioso também é que quando o clube consegue provar que cumpriu com suas obrigações, o caso não avança?, lamentou o presidente. Foi uma menção às pendências envolvendo Fredson e Dennys.

No primeiro caso, o Paraná já conseguiu parecer favorável da Fifa, mas o Espanyol – lanterna do campeonato espanhol -questinou o valor da multa e a entidade internacional ainda não baixou nova decisão. Em relação a Dennys, o valor depositado por um clube ucraniano continua em juízo e o Paraná não conta com o atleta, nem com o dinheiro.

Além da ?batalha? por Fernando Miguel, o presidente promete uma averiguação completa de todo o setor administrativo do clube, no sentido de evitar que novas ações venham a prejudicar o futuro do Paraná. Para tratar de assuntos jurídicos, o Tricolor estuda a possibilidade de instituir, nos próximos dias, uma nova equipe de advogados. O escritório de Osíres Nadal já teve um contato inicial com dirigentes do Paraná Clube.

Experiência também no gol

O Pantera será o único remanescente do time que conquistou a vaga na Copa Sul-Americana, ano passado. O goleiro Flávio acertou ontem a renovação de seu contrato por mais uma temporada. O desejo de continuar em Curitiba pesou na decisão do atleta, que assim como os novos reforços, terá salários diferenciados para o paranaense e para o brasileiro.

Flávio tinha propostas de outros dois clubes, mas preferiu continuar no Tricolor. Mesmo durante o período de negociações, o goleiro continuou treinando normalmente para não perder o ritmo e está pronto para jogar. Sua experiência será importante neste momento de transição, onde o Paraná precisou contratar um novo time e completar o grupo com atletas promovidos das categorias de base.

Como Neneca deve ser liberado – seu contrato terminou no último dia 31 de dezembro – o Tricolor ficaria com Flávio, Darci e Bader como opções para o gol. O Pantera sabe que alternou altos e baixos ao longo do Brasileirão, mas acredita numa temporada de maior regularidade. ?Estou feliz aqui no Paraná e por isso abri mão de outras propostas. A meta é chegar ao título estadual?, disse o jogador.

Esboço No treino de ontem à tarde, Saulo de Freitas já armou um esboço do time que pode ser lançado na estréia do paranaense, dia 21, em Francisco Beltrão. No treino tático, sem um goleiro fixo, o treinador escalou os seguintes jogadores: Erivélton, Fernando Lombardi, Juliano e Marcos Lucas; César Romero, Éverton César, Wiliam e Alex; Vandinho e Éverton.

Time B A outra equipe teve a seguinte formação: Alcir; João Paulo, Anderson Carvalho e Anderson; Tiago Nogueira, João Vítor, Beba e Ednaldo; Wellington e Washington. Jean Carlo, lesionado, submeteu-se ontem à uma ecografia na coxa esquerda.

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