Paraná estréia com boa vitória sobre o Santos

Giuliano Bozzano apitou. De Adriano para Jean Carlo, dali para Fernando, e o toque rápido lançando Galvão em profundidade. No segundo toque, o primeiro chute. Forte, à meia-altura, sem chances para Júlio Sérgio, goleiro do Santos. E o primeiro gol do Paraná Clube no Campeonato Brasileiro, logo a treze segundos do primeiro tempo.

Ilusão? Sonho? Que nada. O Paraná abriu a competição com uma incrível sucessão de passes e um arremate certeiro. Seria o caso de acabar o jogo ali, porque nada mais precisaria acontecer. Mas o jogo precisava continuar, e ao final dos noventa minutos a alegria foi maior do que a surpresa do gol-relâmpago: Paraná 3×2 Santos, ontem, no Pinheirão.

Não seria uma vitória fácil, como era de se esperar. Para muitos, por sinal, nem seria jogo para vencer, afinal o adversário é o atual vice-campeão brasileiro. E quem conhecia Wesley, Cláudio, Beto e Galvão? E ainda tinha o Chokito! Do outro lado, estavam Alex, Léo, Elano, Renato, Diego e Robinho. Em quem você apostaria?

Quem colocou suas fichas no Tricolor saiu sorrindo. Foi o que fizeram mais de sete mil torcedores, que viram uma equipe aguerrida, buscando o gol a todo instante e marcando o poderoso Peixe com força, às vezes até com violência. Claro que o adversário tinha força, tanto que o empate aconteceu aos 25 minutos com Léo, após belo passe de Elano.

Mas a noite era paranista. Ainda no primeiro tempo, a torcida pôde se tranqüilizar – e ali a partida era decidida. Aos 41, em ótima cobrança de escanteio, Carlinhos subiu para marcar o segundo gol tricolor. Mas os 45 minutos finais não seriam fáceis. Enquanto o Santos atacava, o Tricolor arriscava nos contra-ataques, e acabava exagerando nos passes e no excesso de virtuosismo. As coisas pareceram se acalmar quando André Luís, comprovando sua fama de violento, fez falta dura em Galvão e foi expulso. Machucado, o autor do primeiro gol deu lugar a Chokito.

E foi justamente ele, com o apelido insólito, que marcou o terceiro do Paraná. Em rápido contra-ataque puxado por Cláudio, Chokito apenas desviou de Júlio Sérgio para as redes. Era o que a torcida queria: um time contestado, julgado como candidato a rebaixamento, passando por um dos favoritos ao título.

Para completar, a diretoria anunciou a contratação de Canindé, destaque do campeonato paulista. Não faltava mais nada – e, por mais que Robinho fizesse mais um gol, a festa era tricolor. Enfim, uma massa sofrida, que viu seu time participar do Torneio da Morte, podia respirar aliviada. Outros jogos de ontem: Palmeiras 0x0 Atlético-MG, Cruzeiro 2×1 Juventude, Ponte Preta 3×1 Corinthians e Grêmio 0x0 Flamengo.

Paraná
Flávio; Cláudio, Nelinho, Carlinhos e Wesley; Axel, Beto, Jean Carlo e Fernando (Fernando Lombardi); Galvão (Chokito) e Adriano (Goiano). Técnico: Paulo Campos

Santos
Júlio Sérgio; Paulo César (Basílio), André Luís, Alex e Léo; Claiton, Renato, Elano (Alcides) e Diego; Robinho e Leandro Machado (Lopes). Técnico: Emerson Leão