Paraná e Atlético decidem outra vez um título estadual

Após dois empates sem gols nas semifinais, disputadas no final de semana, Atlético Paranaense e Paraná Clube foram definidos como finalistas do supercampeonato paranaense, repetindo a final do estadual do ano passado. Só que desta vez, as vantagens das equipes para a decisão foram invertidas. No ano passado, o Rubro-negro acabou sagrando-se campeão com três empates, por ter feito a melhor campanha na fase classificatória. Em 2002, é o Paraná Clube que tem essa vantagem, devido à irrepreensível campanha na primeira fase da competição, na qual obteve 100% de aproveitamento e não sofreu sequer um gol, deixando para trás o Londrina, o Malutrom e o Coritiba, na tarde de ontem.

Para chegar à final, o Atlético passou pelo Grêmio Maringá (4 a 1) e pelo Prudentópolis (3 a 0). O tropeço Rubro-negro, que tirou a chance de novamente jogar pelos empates, foi justamente a derrota por 1 a 0 para o Coritiba. Classificado em primeiro lugar do seu grupo, o Atlético foi à semifinal com o Iraty e teve de suar a camisa para segurar o empate contra o time interiorano e carimbar o passaporte para a decisão.

Com o destino definido, o Paraná terá a oportunidade de devolver na mesma moeda a frustração do ano passado, que ficou engasgada na garganta dos jogadores tricolores. À época, com salários atrasados, os jogadores paranistas se desdobraram em campo e acabaram tendo que engolir o vice-campeonato com três empates, dois deles sob a pressão da imensa massa atleticana na Arena da Baixada.

Este ano, a decisão será em apenas duas partidas. O primeiro jogo da decisão está marcado para às 16h de quinta-feira, na Arena da Baixada, e a grande final acontece no domingo, na Vila Capanema, conforme adiantou o superintendente paranista Ocimar Bolicenho. “A resposta do público ao supercampeonato não foi possitiva. Por isso não compensa levar o jogo para o Couto Pereira. É preferível ver a Vila lotada”, concluiu o dirigente.

Recado para o ex-professor

No festivo vestiário do Paraná, houve espaço para tapas de luvas de alguns atletas para o técnico Paulo Afonso Bonamigo. Antes mesmo do clássico, o meia Alexandre já exaltava que um bom resultado seria uma resposta ao ex-treinador, que deixou resquícios de ressentimento na Vila pelo fato de ter creditado a sua mudança do Paraná para o Coritiba à possibilidade de comandar um time “mais competitivo”.

Ontem, mesmo que o resultado não tenha sido uma vitória, o meia Marquinhos deixou escapar uma pontinha de ressentimento, afirmando que a passagem à semifinal era uma prova do verdadeiro valor dos atletas paranistas. “Mostramos para ele que somos capazes”.

Com mais jogo de cintura, o atacante Maurílio preferiu ir cumprimentar o ex-treinador no vestiário adversário. “Ele é um grande profissional e foi muito importante para o Paraná”. O treinador do Tricolor, Caio Júnior, também não quis polemizar e elogiou o trabalho do treinador adversário. “Ele conseguiu passar por nossa marcação e dar sufoco em algumas oportunidades”.

Hoje à tarde os jogadores que atuaram no clássico fazem um trabalho de hidroginástica e amanhã deve ser realizado o único coletivo antes do clássico contra o Atlético, na quinta-feira. Para o compromisso, o técnico Caio Júnior não poderá contar com o zagueiro André, que levou o terceiro amarelo na partida de ontem. Em seu lugar, o treinador confirmou Xandão, de antemão. Em contrapartida, a equipe paranista poderá contar com o retorno de Luís Paulo, que cumpriu suspensão na última rodada devido à expulsão na partida contra o Iraty, no meio de semana. (GR)

Anotações

Paraná

Neneca:

Cumpriu o seu papel e contribuiu para segurar o empate. Nota: 7

Goiano:

Eficiente na marcação, se arriscou pouco ao ataque. Nota 5

André:

Muito faltoso, poderia ter deixado o time na mão. Nota 5

Ageu:

Seguro como sempre, foi a referência na defesa. Nota 7

Fabinho:

Apoiou bem pela esquerda, mas deixou Araújo jogar no 2.º tempo. Nota 6

César Romero:

Jogando o feijão-com-arroz, cumpriu sua função. Nota 6

Hélcio:

Dominou a marcação na meia-cancha. Nota 7

Marquinhos:

Com dribles eficientes, deu muita mobilidade ao setor ofensivo. Mas desperdiçou a penalidade. Nota 7. Xandão: Jogou pouco tempo. Sem nota.

Alexandre:

Teve boa movimentação na primeira etapa, mas terminou substituindo por Luciano. Nota 7. Luciano: Não foi muito acionado. Nota 5

Maurílio:

Soube cadenciar o jogo quando necessário e mais uma vez mostrou eficiência no ataque. Nota 8.

Adriano Chuva:

Até protagonizou algumas jogadas, mas já teve apresentações melhores. Deixou o campo com dores musculares. Nota 5,5. Márcio: Tem muita vontade, mas precisa recobrar o ritmo. Nota 5

Técnico – Caio Júnior:

Armou uma marcação poderosa no primeiro tempo, mas acabou tendo sua equipe empurrada para o campo defensivo com as alterações do treinador adversário. Nota: 7

Coritiba

Fernando:

Fez a sua parte e não sofreu gols. No lance do pênalti, foi prejudicado por sua defesa. Nota: 6

Pícolli:

Muita eficiência na marcação e espírito de luta. Nota 7

Roberto:

Fez uma boa exibição contra seu ex-time e ainda se arriscou em cobranças de falta. Nota 7

Willians:

Na marcação foi bem, mas errou muitos passes. Nota 5,5. Alexandre Pinho: Muita correria, mas muitos erros de passes. Nota 5

Reginaldo Araújo:

Protagonizou boas jogadas no segundo tempo. Nota 6

Reginaldo Nascimento:

Não se mostrou tão tranquilo como de praxe e perdeu algumas bolas importantes, como no lance que originou o pênalti em Marquinhos. Nota 5.

Roberto Brum:

Articulou boas jogadas e foi eficiente na marcação. Nota 7

Jabá: Apesar de esforçado, foi apenas discreto enquanto esteve em campo. Nota 5,5

Sérgio Manoel:

Entrou em campo no sacrifício e não decepcionou, com ótima movimentação. Nota 7 Adão: Jogou pouco tempo. Sem nota.

Da Silva:

Movimentou-se bem, mas a pontaria não estava afinada. Nota 6

Liédson:

Brilhou menos do que de costume, mas criou algumas jogadas. Nota 6

Técnico – Paulo Afonso Bonamigo:

Comandando o time do camarote, uma vez que está cumprindo suspensão, só conseguiu solucionar as deficiências do time no segundo tempo, com alterações preciosas. Nota 8

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