Paraná consegue bom avanço no Clube dos 13

O canal de negociação entre “excluídos” e Clube dos 13 está aberto. Os presidentes de sete clubes que não pertencem à entidade mas disputam a primeira divisão do futebol brasileiro estiveram reunidos ontem, em São Paulo. O movimento visa a garantia de melhores cotas da televisão para a temporada 2003. Este é o primeiro passo para uma negociação mais justa na divisão do valor total oferecido pela Globo Esportes. Os dirigentes dependem desta definição para ajustar suas previsões orçamentárias e partir em busca de reforços para as competições que se iniciam no final de janeiro.

O Brasileirão de 2003 terá 24 clubes, sendo que apenas 16 pertencem ao Clube dos 13. A competição tem início previsto para 29 de março e as regras do campeonato serão definidas no próximo dia 17, quando se reúne o conselho arbitral. Dos oito “excluídos”, somente o Fortaleza não compareceu à reunião de ontem pela manhã. Paysandu e Criciúma foram representados através de procuração pelos presidentes de Paraná Clube e Figueirense, respectivamente. Os cinco dirigentes debateram a situação por aproximadamente duas horas e chegaram a três reivindicações, já entregues ao Clube dos 13.

Enio Ribeiro (Paraná), Marcos Cunha Lima (Juventude), Paulo Prisco Paraíso (Figueirense), Sérgio Carnielli (Ponte Preta) e Nairo Ferreira de Souza (São Caetano) foram recebidos à tarde, na sede do Clube dos 13, por Mustafá Contursi – representando Fábio Koff, ausente por motivo de saúde – e por Mauro Holzmann, diretor de marketing. As solicitações feitas pelos clubes são as seguintes:

1- Incluir dois representantes na comissão de negociação do Clube dos 13 com a Rede Globo.

2- Participação dos oito clubes na assembléia do Clube dos 13, que vai tratar da distribuição do valor total das cotas de tevê.

3- Trabalhar junto à CBF por uma tabela de jogos mais inteligente, justa e correta para 2003.

Os representantes do Clube dos 13 aceitaram os ítens 1 e 3, mas a presença dos oito “excluídos” na assembléia da entidade será discutida posteriormente. A comissão de negociação com a Globo, que contava com os dirigentes de Flamengo, São Paulo, Corinthians, Santos, Atlético Paranaense, Fluminense e Vitória, terá agora as presenças dos presidentes de Ponte Preta e Figueirense. Eles têm reunião marcada para amanhã e tentam a não redução dos valores previamente estabelecidos. A tevê já antecipou que pretende uma diminuição da ordem de 25%.

Cotas

Na questão da divisão destes valores, a meta dos “excluídos” é reduzir a enorme diferença ocorrida na atual temporada. Enquanto a menor cota de um integrante do Clube dos 13 era de R$ 4,4 milhões, o Paraná, por exemplo, teve que se contentar com R$ 1,1 milhão. “A distância era muito grande e não se pode admitir que um clube da Série A receba só um quarto do valor repassado a outros times”, ponderou Enio Ribeiro. Entre os 20 componentes do C13, também há uma diferenciação, com quatro patamares, de R$ 8,8 milhões a R$ 4,4 milhões).

O Sport, na Série B, tinha uma cota de R$ 2,2 milhões. É certo, também, que Palmeiras, Botafogo e Portuguesa, rebaixados à segunda divisão, terão direito a somente 50% de suas cotas. O Sport cai para 30%. “O encontro foi muito positivo e mostra que estamos unidos por um objetivo comum”, disse Ribeiro. O presidente confirmou que somente após a definição destas cotas de tevê é que o Paraná Clube iniciará a busca por reforços. “Neste ano, fomos induzidos ao erro, com a redução das cotas a apenas dois dias do início do Brasileiro. Isso não vai se repetir”, assegurou.

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