Paraná começa com vitória na Sul-Americana

Paraná e Santos tinham tudo para fazer um jogo que resumia o atual estágio do futebol brasileiro, mesmo que válido pela fase preliminar da Copa Sul-Americana. Em campo, dois times esfacelados (cada qual por sua razão), jogando para pouco público, em um gramado ruim, em um torneio ‘esvaziado’ e até com transmissão de TV para Curitiba. Só que a sofrida torcida tricolor não tem nada a ver com isso. E ela pôde comemorar mais uma vitória: 2×1 no Peixe, ontem, no Pinheirão.

O visual no estádio da Federação era desolador. Afinal, a torcida (pouco mais de 1.700 pagantes) estava ressabiada, por causa do mau momento do time no Brasileiro. Mas os que lá estavam demonstravam acreditar acima de tudo. Um deles chegou a levar uma faixa ao estádio dizendo que estava com o Paraná na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Tal como um casamento.

E torcedores como este mereciam uma boa atuação. Claro que não foi uma partida espetacular, mas o Paraná teve sempre o controle tático da partida, contra um adversário desentrosado e desmotivado -Vanderlei Luxemburgo estava irritado, mas não com o time, e sim com a decisão da diretoria do Santos em inscrever os principais jogadores do time na competição continental. Para isso, teve que cortar sete jogadores da lista original, e o ‘facão’ acabou passando sobre o elenco que estava em Curitiba. No banco paulista estavam apenas três jogadores.

O Paraná não tinha nada a ver com isso. Tinha sim com o excesso de faltas do Santos e com a complacência de Álvaro Azeredo Quelhas, que em lances duvidosos não tinha dúvidas – sempre a favor do Peixe. Mas a defesa paulista não demonstrava equilíbrio. Em uma falha do estreante Zé Elias (o jogador que mais cometeu faltas na partida), Galvão rolou para Fernando abrir o placar.

Os visitantes tiveram o domínio da partida apenas na reta final do primeiro tempo e nos instantes iniciais da segunda etapa. Nesse período o time marcou com Marcinho e teve a chance de virar com Basílio, que fez Darci se esticar para defender – o goleiro substitui Flávio (que, em um choque com William, levou a pior e saiu com o rosto inchado e incômodo no olho esquerdo) no intervalo.

Só que o Paraná nada tinha a ver com as tentativas do Santos. Tinha sim, com a necessidade de vencer. Edinho, o melhor em campo, fez perfeito cruzamento (um passe, na verdade) para Maranhão escorar e marcar o gol da vitória. Com o resultado, o Tricolor pode empatar no jogo de volta, marcado para o dia 4, às 15h45, na Vila Belmiro.