Pressão total, não deixando o adversário “respirar”. Esta será a estratégia do Paraná Clube em mais um jogo decisivo pelo Torneio da Morte, hoje, às 15h30, na Vila Capanema. Uma vitória sobre o Nacional de Rolândia coloca o tricolor na liderança do quadrangular e bem perto de definir matematicamente a sua permanência na primeira divisão paranaense.
O técnico-interino Édson “Neguinho” dos Santos aposta no bom momento do time, que chega à primeira rodada do returno embalado por duas vitórias.
“Não é aquilo que nosso torcedor queria ou o que nós projetávamos. Mas, como não chegamos à segunda fase, o que nos restou é este torneio, onde defendemos a nossa honra”, comentou o treinador. Neguinho espera um time vibrante e eficiente nas finalizações. O objetivo é repetir aquilo que o Paraná fez contra o Grêmio Maringá. Se possível, com um gol nos primeiros minutos. A comissão técnica sabe que terá pela frente um adversário “fechado”, que recorrerá aos contragolpes como principal arma. O treinador ainda depende da avaliação do goleiro Flávio, que ontem foi poupado do treino. Ele sofreu contusão no tornozelo esquerdo (na quinta-feira), mas deve ser liberado para o jogo.
O Nacional está na primeira colocação do torneio da morte, com 7 pontos, e tem a defesa menos vazada do quadrangular, com apenas um gol sofrido. A orientação de Neguinho é valorizar a posse de bola e ter paciência para “virar” o jogo até abrir os espaços na defesa adversária. “O papel do nosso torcedor será decisivo. Tenho certeza que o estádio estará cheio e com este apoio vamos dar ritmo ao jogo, em busca dos gols e da vitória”, comentou Neguinho. Na sua visão, o jogo desta tarde é “chave” para o Paraná.
Os jogadores estão conscientes que com mais três pontos o tricolor estará praticamente salvo da degola. Além de melhorar a imagem do clube (ofuscada pela péssima campanha na primeira fase do estadual), os jogadores também buscam provar que têm condições técnicas de defender o clube no Brasileirão. Jogadores como Athos e Fábio Oliveira, que hoje formam o ataque titular do Paraná, só têm contrato até o mês que vem e ainda não conversaram sobre renovação. A diretoria não esconde que já está trabalhando na reformulação do grupo para a disputa do campeonato brasileiro, que começa no dia 21 de abril.
Na última partida, o Paraná chegou à vitória em lances de bola parada. O primeiro gol saiu em jogada ensaiada na cobrança de escanteio e o gol decisivo só aconteceu no último minuto, em lance preciso de Jean Carlo. Neguinho trabalhou insistentemente essas jogadas ao longo da semana. “Muitos jogos são decididos dessa forma. O importante, para nós, é garantir os três pontos”, avisou o treinador. Além de Jean Carlo – que mostrou estar com a pontaria afinada – Jadílson, Athos e Fábio Oliveira também cobraram faltas exaustivamente.
Um “olé” atravessado motiva equipe
Um jogo com sabor de revanche. Os jogadores que atuaram em Rolândia ainda não esqueceram os gritos de “olé”. O Paraná perdeu por 3×1 e o resultado foi o “estopim” para a mudança no comando técnico. De lá para cá, o grupo recuperou a auto-estima e a meta é definir o quanto antes a primeira colocação do torneio da morte. Para não depender de outros resultados, a matemática é simples: duas vitórias garantem a permanência do tricolor na elite paranaense.
Após duas vitórias em seqüência, o Paraná volta a ser apontado como favorito. “Estávamos desacreditados após o início ruim. Mas reconquistamos nossa confiança no campo”, comentou o zagueiro Fernando Lombardi. Ele não esconde que ficou magoado com algumas atitudes do Nacional. Uma referência clara aos toques laterais, no final do jogo, enquanto os torcedores vaiavam o Paraná. “Só que isso não deve interferir no nosso rendimento. O mais importante é conquistarmos a vitória”, disse.
Com uma proposta ofensiva, os volantes e zagueiros do tricolor terão que estar atentos para evitar contra-ataques. “Creio que isso se acerta com um bom posicionamento. Se os atacantes e meias ajudarem na marcação, não seremos sobrecarregados”, explicou o volante Alexandre, que volta ao time, recuperado de uma contusão. Se mantiver a média de gols, o Paraná tem tudo para vencer mais uma. Após ficar muito tempo sem balançar as redes (na primeira fase), o time já fez nove gols em três jogos deste quadrangular.


