Paraná Clube vai atrás de um goleador

Com somente 14 gols marcados, o Paraná tem hoje o 4.º pior ataque do Brasileirão. A média é de apenas 1 gol por jogo, sendo que o time “passou em branco” em cinco das catorze partidas disputadas. Muito pouco para um clube que no ano passado apresentou o 3.º melhor ataque do Brasileirão, com Renaldo ficando na vice-artilharia da competição, com 30 gols (um a menos que Dimba, o goleador do campeonato). No ano passado, a média do Tricolor foi de 1,85 gol/jogo.

A situação faz a diretoria “se mexer” e dois novos atacantes podem ser contratados nos próximos dias. A busca é por um centroavante experiente, goleador, que consiga dar estabilidade ao setor ofensivo. O obstáculo maior, porém, continua sendo o orçamento “enxuto” do Tricolor. Ontem pela manhã, o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro esteve reunido com a comissão técnica, analisando a questão e as carências do elenco.

Os atacantes do clube não balançam as redes desde o dia 8 de maio, quando Galvão fez os dois gols na vitória sobre o Cruzeiro, pela quinta rodada. O atacante ainda é o artilheiro do time, com quatro gols. Só que, para a CBF, ele tem apenas três, pois Carlos Eugênio Simon creditou seu gol frente ao Flamengo para o meia Wiliam. Até o jogo contra o atual campeão brasileiro, o Paraná fizera oito gols, sendo seis deles com assinatura dos atacantes: Galvão (4), Adriano e Chokito. Completavam a lista o meia Fernando e o zagueiro Carlinhos.

A fonte secou, desde então. Nos nove jogos seguintes, o Paraná fez somente seis gols, sendo que dos jogadores mais avançados, apenas os meias Fernando e Marcel marcaram (um gol cada). O Tricolor só conseguiu vencer as defesas adversárias com os volantes Axel (2) e Beto e com o zagueiro Fernando Lombardi. Gilson Kleina está trabalhando incessantemente este fundamento, mas ainda não conseguiu melhorar a produção do time. Nos três jogos sob o seu comando, o Paraná marcou apenas dois gols, somando uma vitória e duas derrotas.

“Não serve mais aquele discurso de que estamos jogando bem, mas perdendo”, avisou o treinador, ainda no vestiário. “Tivemos volume de jogo e tudo para matar a partida antes de sofrermos o pênalti.” Para Kleina, faltou “capricho” nas finalizações e ele alerta: “Num campeonato por pontos corridos, se o time não fizer pontos fora de casa, não chega”. Essa deve ser a tônica da preparação da equipe no único treino, hoje à tarde, para o jogo frente ao Figueirense, amanhã, às 20h30, no Orlando Scarpelli. O time catarinense é um dos líderes da competição, perdendo para o Palmeiras apenas no saldo de gols.

Pênalti? Só para o Timão

Faltou um finalizador. O Paraná Clube criou várias situações de gol, teve uma penalidade máxima não assinalada e acabou perdendo para o Corinthians justamente num pênalti. O Timão levou a melhor (1×0), numa noite em que o time paranaense teve tudo para pôr fim ao tabu de não vencer fora de casa.

O Paraná não só “amarrou” o Corinthians, como ainda chegou com qualidade à frente. Sempre em triangulações entre Marcel, Fernando e Canindé. Foi assim que quase abriu o placar aos 15 minutos, quando Canindé recebeu o passe de Fernando e bateu, mas de perna direita, que não é a “boa”, por sobre o travessão. O Timão se restringia às jogadas de Zé Carlos pela esquerda e aos 17 minutos o ala avançou com perigo. Gélson Baresi fez o corte.

Pouco depois, em mais uma jogada pela esquerda, Edinho cruzou para Galvão. O atacante “improvisou” com um toque de calcanhar, mas Fábio Costa, atento, fez a defesa. Mais consistente no toque de bola, o Tricolor conseguia boas infiltrações e Fernando, aos 23 minutos, gingou à frente de Betão e chutou, mais uma vez sobre a trave.

O goleiro paranista voltou a trabalhar num arremate de Fabinho, que desviou em Baresi, aos 31 minutos. Sem alterar a equipe, o técnico Gilson Kleina teve o cuidado de ajustar a marcação pelo lado direito de sua defesa. Aos 8 minutos, Canindé fez a jogada pela esquerda e rolou para Edinho. O lateral demorou para definir e chutou “prensado”.

Foi então que o Tricolor teve para si “a bola do jogo”. Galvão fez tabela com Marcel, entrou na área e deixou Fernando cara a cara com Fábio Costa. O chute fraco facilitou a ação do goleiro. O castigo não tardou. Betão deu um chutão para afastar o sufoco e a bola caiu nos pés de Jô. Com a defesa desarrumada, o Paraná só parou Gil com pênalti, cometido por Beto. Na cobrança, Rogério chutou no meio do gol para vencer o goleiro Flávio, aos 18 minutos.

O Paraná partiu, então, com tudo para o ataque. Axel quase surpreendeu Fábio Costa, mas a bola raspou a trave e foi para fora. Nesse momento, entrou em cena o árbitro Fabrício Neves Correa. Zé Carlos empurrou Canindé na área, mas o pênalti não foi marcado. O Corinthians se fechou e passou a viver de raros contragolpes.

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