Paraná Clube só define o time na hora da partida

O Paraná Clube ainda não está definido – o que só deverá ocorrer no vestiário do Couto Pereira -, mas o técnico Cuca acredita num clássico com muitos gols. Se depender do retrospecto do Tricolor neste campeonato, este caminho está aberto. Em seis jogos, a rede dos adversários balançou 11 vezes. O único problema é a falta de regularidade na distribuição destes gols. Fora de casa, o Paraná passou em branco nas duas últimas partidas, contra Guarani (0x2) e Fluminense (0x0).

“Tanto Paraná quanto Coritiba vivem momentos positivos e têm goleadores natos”, comentou Cuca. A expectativa do treinador paranista não está diretamente ligada à formação que ele utilizará neste jogo. Mesmo não tendo anunciado a escalação oficialmente – e dissimulado sempre que o assunto rumava para este lado -, Cuca deixou nas entrelinhas a intenção de lançar mão de um time mais defensivo, reservando uma possível alteração na dinâmica da equipe de acordo com a necessidade. Émerson, assim, ganharia a preferência na composição de um meio-de-campo compacto, com outros dois volantes: Fernando Miguel e Goiano (este, recuperado da lesão no tornozelo direito).

A outra opção seria a entrada de Fernandinho, que participou de boa parte dos treinos táticos da semana entre os titulares. Com o meia, o time ganha em criatividade na articulação das jogadas e um bom arremate de média distância. Fernandinho não atuou diante do Bahia devido à uma neuropatia (inflamação no nervo fibular), mas sonha com a volta à equipe. “Vamos esperar a definição do treinador. É claro que o objetivo é jogar”, afirmou.

A situação da zaga depende do departamento médico. Mesmo tendo apresentado uma boa recuperação da contusão na coxa esquerda, Cristiano Ávalos permanece em tratamento intensivo. “Se o jogo fosse neste sábado, ele estaria fora”, afirmou o médico Júnio Chequim. Weligton treinou durante a semana ao lado de Sandro Blum e essa pode ser a dupla de zaga caso Cristiano seja vetado. O próprio jogador não se mostrava muito otimista, devido às dores na perna. Quem está confirmado é Sandro Blum, empolgado com sua primeira chance como titular.

“Não sou de me acomodar na reserva. Quero jogar e este clássico é apenas a primeira oportunidade”, assegurou.

De Bonamigo para Cuca. E vice-versa

O clássico de amanhã terá um duelo à parte. Pela primeira vez no futebol paranaense, os amigos Bonamigo e Cuca vão se enfrentar em um clássico. Para recordar os velhos tempos, a pedido da Tribuna, Bonamigo elaborou três perguntas atualizadas para Cuca, que também fez um questionário para o treinador coxa. Veja as respostas:

Bonamigo

– Qual o sentimento de estar no comando do Paraná, equipe de sua terra natal?

Cuca

– De gratidão eterna. É uma grande realização. Quando era jogador, queria vestir a camisa de um dos times da capital profissionalmente, mas não consegui. Agora, visto como técnico.

Bonamigo

– Qual a diferença do Cuca atleta para o Cuca treinador? (Na verdade, Bonamigo quer saber se Cuca continua brincalhão)

Cuca

– Estou muito mais sério. Como treinador, não dá para ser brincalhão. É um cargo de muita responsabilidade, que exige seriedade e transmissão de princípio de determinação e vontade.

Bonamigo

– Qual o objetivo do Paraná neste campeonato?

Cuca

– A disputa é grande e chegar entre os oito já será uma grande conquista. Mas sabemos da dificuldade de chegar lá. E quanto a você? Qual a ambição nesse campeonato?

Bonamigo

– É complicado fazer um planejamento a longo prazo. Mas numa análise superficial, chegar entre os três ou cinco seria ótimo, especialmente em função da força e do equilíbrio desse campeonato.

Cuca

– Você já trabalhou no futebol do sul e do norte do Brasil. Quais as grandes diferenças?

Bonamigo

– São muitas. A estrutura dos clubes do sul é bem melhor e os atletas, talvez pelo clima e pela orientação, são mais centrados. Mas não há como negar que ter comandado equipes do Norte e Nordeste (Remo e Sampaio Corrêa, respectivamente) deu uma boa experiência. No Sampaio, por exemplo, o treinador faz as vezes de supervisor, gerente e tudo o que for preciso. Foi um aprendizado.

Cuca – Qual o melhor meia que já jogou com você? (Nos anos 80, o então meia Cuca jogou no Grêmio com o volante Bonamigo.)

Bonamigo

– (Risos) O Paulo Isidoro. Mas o Cuca garantiu alguns bichos pra mim.

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